JOÃO CARLOS TAVEIRA
Nació en Caratinga, Minas Gerais, Brasil, al 17 de septiembre de 1947. En 1969 se trasladó a Brasilia, donde trabajó en Correos (TEC) y en el tráfico aéreo de São Paulo (VASP).
De 1987 a 1989 fue Director de la División de Deportes, Ocio y Turismo, en la Administración de Casco, del Gobierno de José Aparecido de Oliveira. De 1999 a 2002 trabajó en Ingeniería y Física Paulo Gontijo, la organización de algunas obras literarias y la construcción del Templo de la Ciencia. Formado en las cartas de Neo-Latina, trabaja como revisor y coordinador editorial.
Obra poética
O Prisioneiro, 1984, Brasília: Ed. Regional;
Na Concha das Palavras Azuis, 1987, Brasília: Thesaurus;
Canto Só, 1989, Brasília: Ed. Regional;
Aceitação do Branco, 1991, Brasília: Thesaurus;
A Flauta em Construção, 1993, Brasília: Thesaurus;
Arquitetura do Homem, 2005, Brasília: Thesaurus;
João Carlos Taveira: Poemas, 2011, Jaboatão dos Guararapes: Editora Guararapes;
João Carlos Taveira: 30 Anos de Poesia, 2014, Jaboatão dos Guararapes: Editora Guararapes.
O Prisioneiro, 2014, 2.ª edição revista e comemorativa, Brasília: Thesaurus.
Obras diversas
A Arquitetura Verbal de Nilto Maciel, organizador, 2012, Fortaleza: IMPRECE Editorial;
Sonetos de Bolso — Antologia Poética, organizador, com Jarbas Junior, 2013, Brasília: Thesaurus Editora;
Alan Viggiano — Poeta Bissexto, organizador, 2014, Brasília: A sair.
Antologías, diccionarios e enciclopedias
Escritores Brasileiros, org. de Paula Bastos, Rio de Janeiro: Crisalis, 1985;
Brasil Trovador, org. de Laís Costa Velho, Rio de Janeiro: Codpoe, 1986/1987;
Diamantes para Amantes, org. de Riase Ressan, Brasília: Thesaurus, 1988;
Dicionário de Poetas Contemporâneos, org. de Francisco Igreja, Rio de Janeiro: Editora Oficina Letras & Artes, 1991;
Antologia da Nova Poesia Brasileira, org. de Olga Savary, Rio de Janeiro: Hipocampo, 1992;
Linguagem e Redação do 2.º Grau, org. de Idelbrando David de Souza, Brasília: Thesaurus, 1992;
Chão Interior, org. de Eliseu Mól, Belo Horizonte: Edições Cuatiara, 1992;
Alma Gentil — Novos Sonetos de Amor, org. de Nilto Maciel, Brasília: Editora Códice, 1994;
Cerrados, revista do Curso de Pós-Graduação em Literatura da UnB, n.º 3 Brasília, 1994;
Cronistas de Brasília, vol. 1, org. de Aglaia Souza, Brasília: André Quicé Editor, 1995;
Caliandra: Poesia em Brasília, org. de Mário Viggiano, Brasília: André Quicé Editor, 1995;
A Poesia Mineira no Século XX, org. de Assis Brasil, Rio de Janeiro: Imago Editora, 1998;
Revista ANTO, org. de António José Queirós, Amarante: Portugal, 1998;
Poesia de Brasília, org. de Joanyr de Oliveira, Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998;
A Literatura Brasiliense, org. de Wilson Pereira, Brasília: Universidade Católica, 1999;
Antología de la Poesía Brasileña, org. de Xosé Lois García, Santiago de Compostela, Espanha: Edicións Laiovento, 2001;
Enciclopédia de Literatura Brasileira, org. de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa; Rio de Janeiro: Ministério da Educação, Fundação de Assistência ao Estudante, 2001;
Poetas Mineiros em Brasília, org. de Ronaldo Cagiano, Brasília: Varanda Editora, 2002;
Pensamentos da Literatura Brasileira, org. de Napoleão Valadares, Brasília: André Quicé Editor, 2002;
Trilhos na Cabeça, org. de Albert von Brunn, Messina, Itália: Edizioni Dr. Antonino Sfameni, 2003;
Sob o Signo da Poesia — Literatura em Brasília, Anderson Braga Horta, Brasília: Thesaurus/FAC, 2003;
Antologia de Haicais Brasileiros, org. de Napoleão Valadares, Brasília: André Quicé Editor, 2003;
Poemas para Brasília, org. de Joanyr de Oliveira, Brasília: Projecto Editorial/FAC, 2004;
História da Literatura Brasiliense, org. de Luiz Carlos Guimarães da Costa, Brasília: Fundo de Apoio à Cultura (FAC)/Thesaurus, 2005;
Meninos, Eu Li! Dicionário das Gentes, org. de Alan Viggiano, Brasília: André Quicé Editor, 2006;
Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal — Patronos, org. de Napoleão Valadares, Brasília: IHGDF, 2007;
Agenda Poética do Distrito Federal, org. de Ronaldo Alves Mousinho, Brasília: Thesaurus, 2007;
Cadernos de Poesia, vol. 1, org. de J. R. Martins, Brasília: Thesaurus, 2008;
Deste Planalto Central — Poetas de Brasília, org. de Salomão Sousa, Brasília: Thesaurus/FAC, 2008;
Tributo ao Poeta, vol. 1, org. da Biblioteca Nacional de Brasília: Thesaurus, 2008;
Tributo ao Poeta, vol. 2, org. de Angélica Torres Lima, Biblioteca Nacional de Brasília: Thesaurus, 2009;
Poetas de Brasília, Dulcinéia Catadora, antologia de oficina da Biblioteca Nacional de Brasília, s/d (2009);
Da Poética Candanga — Poesia Sobre Poesia, de Climério Ferreira, Casa das Musas, Brasília, 2010;
Dicionário de Escritores de Brasília, 3.ª Edição, org. de Napoleão Valadares, André Quicé Editor, Brasília, 2012;
Poemas de João Carlos Taveira em Cartões para o Natal de 2012 (caixa), edição especial de Edson Guedes de Morais, editora Guararapes EGM, Jaboatão dos Guararapes-PE, 2012;
A Fortuna Poética de João Carlos Taveira — Lições de Poesia, org. Alan Viggiano, Editora Ideal Ltda., Brasília, 2012;
Expresso Brasília — Viajando com Vários Autores, de Vili Santo Andersen, Thesaurus Editora, Brasília, 2012;
ANE — 50 Anos, org. de Napoleão Valadares, André Quicé Editor, Brasília, 2013;
La Poesía Está en el Viento, Proyecto Cometa Literaria da Embajada de España en Brasil, Thesaurus Editora, Brasília, 2013;
Sôbolas Manhãs, de Nilto Maciel, Editora Bestiário, Porto Alegre, 2014;
História da Literatura Brasileira, de Carlos Nejar, 3.ª edição, Editora Unisul, Rio de Janeiro, 2014.
ETERNA SIESTA
En memoria de Antonio Machado
Tienes una casa con balcón,
plantada en la orilla del Duero,
llena de golondrinas,
unos libros sobre el estante
de tu cuarto
e algunos poemas desparramados
por el suelo.
Tienes una guitarra en tu voz,
plantada sobre notas disonantes,
y un pecho angustiado
e triste, muy triste.
іPero tu música y voracidad
no danzan más bajo el sol
del claro día
en la hermosa tierra de España!
Eres solamente un hombre,
somnoliento y silencioso,
plantado en las orillas del mundo,
bajo el turbio cielo nuestro.
Del libro: Aceitação do Branco, 1991. Traducción del autor.
Extraídos de
ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA
Org. y Trad. Xosé Lois García
Edicións Laiovento
Santiago de Compostela, 2001
PÁJARO NOCTURNO
Verdes tiempos
verdes campos
verdes muchas vidas
por los ojos verdes
de mi esperanza.
Verdes años
verdes daños
verdes nuestros pasos
de retorcidos pies
en este verde avión plano.
Verdes desengaños
en estos vuestros ojos
visigóticos.
Soy así, señora
vuestro amante
el pájaro concentrado
en verdes noches
de un tranquilo verano.
NUEVA POÉTICA
A José Santiago Naud
Canto, sólo canto,
penas al viento
mi desencanto,
sólo fingimiento.
Canto y desencanto,
vano instrumento,
el noble llanto,
de la inspiración, del invento.
¿Mi oficio?
Sólo alimento lo bello,
y todo es nada,
puro artifício
cosa inventada,
donde lo revelo.
(de Aceitação do Branco, 1991)
SENTIMIENTO MINERO
A Hildo Honório do Couto
Minas está aquí,
dentro y fuera de mí,
con su profundo galope,
cuerpo si fuese un fardo.
Minas está en mí,
anterior al verso,
paisaje sin caballo,
halo que me deshace.
Minas está, en fin,
al lado de mi dorso,
abismo que resiste
filo de mi susto.
(de A Flauta em Construção, 1993)
João Carlos Taveira natural de Caratinga, Minas, estreou em 1984, com O Prisioneiro, sendo a Arquitetura do Homem (2005), sua melhor realização. Sonetista exímio, de verso curto e eminentemente musical.
In História da Literatura Brasileira de Carlos Nejar, revista e ampliada, 3 edição, Editora Unisul.
POEMAS DE JOÃO CARLOS TAVEIRA
VISTA PARCIAL
Sou pouco exato
dentro de mim.
Meu ser se situa
na forma do espanto.
Criei ferrugem
em cada gesto,
e meu pensamento
é corpo adquirido.
Sou muito pouco
de mim mesmo:
visualizo a dor
com os olhos do mundo.
COMUTAÇÃO
No meu peito magnético
tem um centro energético,
que a voltagem recusa
sentida.
É o coração mecânico
que, repetidamente,
corta a minha corrente
no painel eletrônico
da vida.
Mas, na caixa de objetos,
eu guardo os sonhos todos:
parafusos e diódos,
e os males mais secretos
também.
E este curto-circuito,
que envolve o meu sistema,
eu resolvo num poema,
espontâneo, gratuito,
que vem.
ANTAGONISMO
Não quero essa fúria
que me impele
para o exercício do gesto,
nem esse gesto côncavo
que me torna
enfurecido.
Prefiro a mobilidade
de um inseto prisioneiro,
cujo desespero
transcende
a concha da mão
que o esmaga.
(Três poemas do livro O Prisioneiro, 1984)
=
POEMA DE ANIVERSÁRIO N.º 6
O tempo,
com suas gôndolas,
abertas lucarnas ao vento,
esculpe a pele, a carne,
o cerne do ser
que em mim
se faz e pássaro.
Diante do futuro
estou completo:
meio peixe
meio pássaro
neste pouco corpo
em que velejo.
Porém, sou homem e voz
dentro da concha:
libertam-me o peixe
que inventei na pedra
e os mares desesperados
que sulquei na terra
com minha penas
e escamas
de esmeralda.
(Do livro Aceitação do Branco, de 1991)
=
SENTIMENTO MINEIRO
A Hildo Honório do Couto
Minas está aqui,
dentro e fora de mim,
com seu vasto galope,
corpo se fosse um fardo.
Minas está em mim,
anterior ao verso,
paisagem sem cavalo,
halo que me desfaz.
Minas está, enfim,
ao rente do meu dorso,
abismo que resiste,
lâmina do meu susto.
(Do livro A Flauta em Construção, 1993)
=
TESTAMENTO
Ao poeta Anderson Braga Horta
Deixa o teu silêncio
e o que restar da voz
impregnados
nos objetos, nas exigências,
nas ruas de Brasília,
nos versos inconclusos
de algum poema.
Deixa — e não te queixes —
amores unilaterais, mas puros
para os teus pósteros
rivais
nesta congênere aventura.
Deixa os teus livros,
quadros na parede,
os discos de Beethoven,
todas as óperas, inclusive Aida:
a tua predileta.
Deixa o teu amor
à música de Mozart,
aos filmes de Carlitos,
ao corpo de Sophia Loren...
Deixa os teus papéis
e até a folha branca
em que não se fixou
a face da palavra
necessária.
(Do livro Arquitetura do Homem, de 2005)
=
DOIS SONETOS DO LIVRO ARQUITETURA DO HOMEM, 2005.
SONETO DE ASPIRAÇÃO
Quero prender-te, amada, no meu verso,
que teço no silêncio e na neblina,
onde sejas, do centro do universo,
a métrica resvés e cristalina.
Mas antes, neste sonho, me alicerço
no ritmo desenhado na retina,
para que possas, feita bailarina,
tecer no meu olhar um riso terso.
Quero prender-me a ti e, nesse laço,
poder gravar em nós, em tom fugace,
a música e a palavra num só traço.
Depois, rompendo a teia do disfarce,
que existe entre teu corpo e meu abraço,
hei de tecer na luz a tua face.
SONETO DO AMOR ARDENTE
Eu vejo o mar no teu olhar de seda
e me recolho, mudo, ao meu ofício
de fazedor de sonhos com palavras
que o mundo novo já não quer, nem vê.
Eu vejo a pérola na tua pele
clara, textura frágil que fascina,
mas me recolho, tímido e perplexo,
à solidão do meu computador.
Eu vejo estrelas mil na tua face,
quando sorris... e, lépida, te afastas,
que sinto o corpo arder no próprio fogo.
Eu vejo o céu se abrindo de repente
às futuras delícias de outro gozo,
mesmo que finjas nunca perceber.
=
ANTIELEGIA
Manoel de Barros está morto.
Minto e faço um reparo:
Manoel de Barros não morreu.
Morrer, como, se ainda
está vivinho da silva
no coração das crianças?
no desvelo de bichos, de pássaros
e de homens puros?
Hoje, 13 de novembro,
chove fininho e devagar
na cidade de Lúcio Costa,
no mesmo instante
em que Manoel de Barros
se transformou em nuvem,
borboleta ou qualquer coisa
de encantar bem-te-vis.
Este homem, meus amigos,
não é de morrer assim
sem mais nem menos.
Traz no seu jeito
de homem tímido
qualquer coisa de espanto,
qualquer silêncio de pedra.
O poeta, nele, há muito se eternizou
e está solidificado em pérola,
feito diamante incrustado
na tristeza da ostra.
Outra coisa: Manoel de Barros
aprendeu a esperteza
dos caramujos
e deve estar destecendo
palavras de beleza
para inventar estrelas
no chão áspero da rua.
Afirmo e reafirmo,
minha canção é de alegria
para festejar a metamorfose:
Manoel de Barros
escapou
da serventia dos homens
e virou passarinho.
Brasília, 13 de novembro de 2014,
no dia da morte do poeta mato-grossense.
(Poema inédito em livro)
Poemas de João Carlos Taveira
Minuta de Diego Mendes Sousa
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