miércoles, 16 de marzo de 2011

ÉSIO MACEDO RIBEIRO [3.439]



Ésio Macedo Ribeiro 



(Frutal, Minas Gerais, Brasil, 1963) es poeta, bibliófilo, traductor e interprete (portugués-inglés), doctorado en Letras por la Universidad de Sao Paulo. Realizó una investigación iconográfica para el libro: Oswald de Andrade Obra Incompleta, coordinado por el Prof. Dr. Jorge Schwartz USP. Prepara un trabajo universitario sobre la poesía de Lucio Cardoso (1912, 1968). Publico los libros de poesía: Y Lucifer da su beso (1993), y Mar de amor al mar (1998), y el ensayo Juegos de palabras: la génesis de la poesía infantil de José Paulo Paes (1998). Posee una colección completa de primeras ediciones de la escritora Hilda Hilst (1930-2004).






Poemas en español de Ésio Macedo Ribeiro

Traducción y selección Leo Lobos



Pienso colocar comas
En puntos interrogativos
Y transformar el fin en el medio de la frase
"El arte tiene valor porque nos tira de aquí"

Bernardo Joares

Se levanta el telón
"Ir directo a los hechos sería ahora por ejemplo correr sin comas al lavaplatos
armado de las más higiénica de las intenciones & un buen jabón biodegradable"

Caio Fernando Abreu



La rueda de la locura


La "o" de locura,
Es un circulo
Que gira gira gira

La rueda de la locura,
Gira a la persona
Que gira gira gira

El dolor de la locura,
Duele en la persona
Que gira gira gira

La fe de la locura,
Cree en la persona
Que gira gira gira

Girar con la locura
Es gritar
Que gira gira gira





María

Después de dar clases en un día cualquiera
María volvió a casa, como siempre,
Para dar almuerzo a los pequeños.

Pero aquel no era un día cualquiera.

Al entrar vio a uno de sus hijos muerto sobre el fuego de la cocina.

No dijo nada. Cubierta por una manta vaga por las calles.
Todos ríen de ella.
Gritan
la ofenden.
Ella les devuelve reverencias de reina destronada.

En las tardes los niños en coro cantan su nombre.
Ella corre tras ellos, que corren
Hechizados e inocentes.





Lo estético lo concreto


A Oswald de Andrade


Hay una mujer
sobre
el Viaducto del té
que se contorsiona
sin pensar

ira ella a saltar sobre el Jardín suspendido
del Valle de Anhangá,
o saltara al cajón de autos que
rápidos van sobre los excrementos concretos





Riesgos


Entro debajo de los autos en movimiento
Salto de los viaductos
Salto de las ventanas de los edificios
Buceo en las cataratas del Iguazú
Nado en el mar de Hawai
Vuelo en alas delta
Navego en balsa en un mar bravío
Salto de paracaídas.

Son riesgos que quiero correr.
Ya no quiero estar aquí.





Enigma


Hay un niño
Que llora por una cosa
Que ni nombre tiene

La gente mira al niño
La cosa.

Reímos, pues sabemos
que encima de las nubes
hay estrellas
en caos danzantes





El poeta nunca duerme
Nunca despierta


El velador
Ningún sonido
Ni bocinas
De agitación
De locura

El silencio sería sepulcral
Si no fuera por ese despierto,
Que vela el sueño del mundo.





Mi poesía no tiene dobles,
Compostura, no anda atrás de nadie.
Solo es, solo se mantiene mientras
El tiempo la hace viento
Sobre las hojas de papel




Leo Lobos (Santiago de Chile, 1966) es poeta, ensayista, traductor y artista visual.
Santiago de Chile, enero 7 de 2006.





TEXTOS EM PORTUGUÊS 



pontuação circense

Penso em colocar vírgulas em pontos interrogativos
e transformar o fim no meio da frase,
nem que coloque uma crase onde não case.
O círculo bonito do ponto final na agenda do santo mal,
que escorre por esta pestilenta exclamação: Oh!
E ponto-e-vírgula na brincadeira de roda que rodeia
a circense melancolia da melancia pendurada no pescoço do porco,
que estrebucha de peso e de medo diante da platéia mais do que atônita,
que foge e vai de encontro a uma barra
seguida por dois pontos e começando aí, duas lindas
e esguias aspas entre o que ocorre e o que já-foi,
fechando aí as aspas com duas ou três divisões
dos leões que já fugiram das jaulas,
que estavam entre parênteses
ao lado esquerdo do picadeiro.




as amigas

Na casa do avô,
no tempo das mangueiras pejadas,
Jacira e uma prima enlaçavam-se
num tambor cheio d'água.

No quintal,
líquidos desejos saciados.

Naquele tempo o roçar das coxas delas
nunca roçou nossos cérebros.

Enquanto elas gozavam,
a gente chupava bourbons perfumadas.

Às três da tarde sempre era "hora do lanche".





do sacrossanto  

Um buraco negro fere a noite.

Hóstias e hostilidades são entregues
pelos sacrílegos profetas de Deus.

Sacolinhas correm de mão em mão,
menos óbolos são dados
e menos ósculos são deitados
nas faces pias.

As igrejas carregam o ouro e a solidão do mundo.




no limiar do fim

Viver hoje é angústia.
A intoxicação aumenta continuamente.
Febres, silêncios, dias sem-fim.
Consomem váliuns em noites férteis
homens de outras vertigens.
A igreja ainda peca na figura de seus papas.
Os monstros vêm dos esgotos
e dão na extensão do cotidiano.
Não mais se houve o balir das ovelhas
nem o ladrar dos cães.
A mosca insignificante
ainda pousa em nossa sopa monumental.
A angústia ociosa e melancólica
busca o nada absoluto, resoluta.
Ainda são postos ovos doentes
em ninhos nunca permitidos.
Filhos nascem a toda hora
e proliferam as águas salobras dos rios poluídos
até que não possam mais respirar.





 os homens-caracóis

Os homens-caracóis
estão soltos pelas ruas do mundo.
Dos mundos terceiros.

Os homens-caracóis
carregam suas casas pelas avenidas.
Cobertores listrados.

Flatos, solstícios,
fogos de verdade são soltos,
nas nesgas do dia,
nas glebas da agonia.

Os homens-caracóis se enfeitam de caixotes, papelões
e os holofotes dos autos brilham suas escuridões.
Desassossego.
Sob as marquises,
sob as pontes,
sob o sub.

Os homens-caracóis
vivem nos centros,
nos dentros,
nos antros,
reis de todos os palácios modernos.

Os homens-caracóis contornam os ohs, os uis, os ais,
em silêncios fractais
fundamentais,
necrosando a noite dos doces mortais.  





conteúdo

Minha poesia não contém corantes,
acidulantes, conservantes,
vitaminas, sais minerais,
proteínas ou qualquer outro produto químico ou natural.

Minha poesia não tem dobras,
curvas enigmáticas,
compostura, não anda atrás de ninguém.
Só é, só se mantém e o tempo faz vento
sobre as folhas de papel.

Minha poesia é meu choro longo,
largo, solto, amplo.
Minha poesia vive a vida das coisas obscuras.


Poemas extraídos de PONTUAÇÃO CIRCENSE. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2000.128 p.
Indicado por Ronaldo Cagiano, em maio 2007.






E LUCIFER D’A SEU BEIJO
São Paulo: Massao Ohno, 1993



FOME OU SERTÃO

                                          Veja
o verde vasto, pasto morto.

                                          Chore
                                          o louco pouco resto.

                                          Reto,
                                          resta sol rol de mãos,
                                          enquadrando espaços,
enchendo o chão de capim.




MARÉS DE AMOR AO MAR
São Paulo: Arte Pau Brasil, 1998

VI

Estirados corpos em cio,
entontecidos, não-imunes, inumanos,
besuntados,
chamando gaivotas e golfinhos
e a areia se partindo pelo riso dos pés.
Trilhos de brilhos,
águas abissais, colossais,
túmidas e tímidas,
acalentando corpos e calores.
Placidez vertical em luz.


 


40 ANOS

Edição comemorativa dos 40 anos do poeta,
40 exemplares numerados e autografados.
São Paulo: Giordanus, 2007. 



II

  As noites são o estrume semeado nas roseiras
                            de ontem.
                            Luz cega que o ventre verte pelas guelras.

                            Viagens reais e irreais.
                            Nem palafita nem palácio
¾ a minha vida.

                            Quantas vezes
                                   entre a masmorra
                            e o precipício?
                            Quantas vezes terei
                            enxovalhado a precisão do ritmo?
                            Quantas vezes terei vestido
               e despido
                            meus princípios e fantasias?
                            Quantas vezes se multiplicou em mim
                            o dilúvio das sensações?
Quanto tempo
                                   quarenta anos de estrada
                                            mede de vida? 







De
RIBEIRO, Ésio Macedo.  Drama em sol para o século XXI. Edição comemorativa  48 anos de vida, 20 anos de casado 18 anos de poesia. Apresentação de Donizete Gal vão.   Brasília: Edição do Autor, 2011.  Formato 15x20,7  cm. Impressa em papel couchê Fosco LD 115g;mw (miolo) e pepel couchê Fosto LD 350 g/m2 (capa), composta com tipo Benton Sans. Tiragem: 300 exs. numerados e assiandos pelo autor. As fotografias (em cores) são do poeta tomadas em cidades italianas, Vaticano entre 2004 e 2005.  Projeto gráfico de Jairo Leite Bittencourt, composto e impresso na Athalaia Gráfica e Ediora. Exemplar nl 22. Col. A.M. (EE)
Lançamento durante a I BIENAL DO B - POESIA NA RUA, Brasiília, dia 27 de outubro de 2011.


CLAREIRAS ABDUCENTES

         para Carlos Loria

Não há mais tempo para a forma.
Para que esta luz fique, não limpe.
Mescle-a às sombras.

Neste círculo concêntrico
deixe os seres subirem:
tragados pelo mistério universal.




A PORTA

Tem dias
que gente
É.

Noutros,
modorra.

Amanhã,
abelha em
flor de laranjeira.
A vida se recicla.





CANTO PARA UM AMIGO À MORTE

         Para Raimundo Barbadinho Ne  (em memória)

Quem disse que existe Deus?

As dores do meu amigo
tocam no infinito,
rejeitam substituto,
sonegam sonhos,
ficam como verme
em carniça.

Remédio? Não tem.
Volta? Não tem.
Seguir? Não convém.

Então o que dizer para meu amigo?
Reescreva as tábuas de tuas leis,
firme os pés no longe?

(A morte do meu amigo
celebrará o sol.
Providência que não vem.)








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