domingo, 15 de marzo de 2015

INÁCIO JOSÉ DE ALVARENGA PEIXOTO [15.215] Poeta de Portugal


Inácio José de Alvarenga Peixoto

Inácio José de Alvarenga Peixoto fue un poeta y escritor brasileño del siglo 18, (1744-1793). Se cree que estudió con los Jesuitas en Braga (Portugal). Recibió su título de abogado en la Universidad de Coímbra (1768)
Partició de Arcádia Mineira, firmando con los pseudónimos de Alceu y de Eureste Fenício.
Fue juez en Cintra.
Participó en el movimiento nacionalista Inconfidência Mineira, actuaciones que le valieron una pena de muerte que finalmente fue conmutada por una pena de cadena perpetua, desterrado en una prisión de Angola, donde acabó falleciendo.

Obras

A Dona Bárbara Heliodora (poesía).
A Maria Ifigênia (poesía).
Canto Genetlíaco (poesía, 1793).
Estela e Nize (poesía).
Eu Não Lastimo o Próximo Perigo (poesía).
Eu Vi a Linda Jônia (poesía).
Sonho Poético (poesía).





ESTELA Y NISE

Yo vi a la linda Estrella, y enamorado
luego hice eterno voto de querella;
mas vi después a Nise, y es tan bella,
que merece igualmente mi cuidado.

¡A cuál escogeré si en este estado
no puedo distinguir Nise de Estrella?
Si Nise viene aquí, muero por ella;
si Estela viene ya, que do abrasado.

Mas, ¡ah! que aquella me desprecia amante,
pues sabe que estoy preso en otros brazos,
y ésta ya no me quiere de inconstante.

¡Ven, Cupido, a soltarme destos lazos,
haz de dos semblantes un semblante,
divide mi pecho en dos pedazos!




LAMENTO

En la mazmorra de Ia Isla de las Cobras,
recordando a su familia

Yo no lamento el próximo peligro,
ni la oscura prisión estrecha y fuerte;
lloro a los hijos y a la esposa en suerte,
la pérdida incurable de un amigo.

La prisión no lamento, otra vez digo,
ni mirar inminente dura suerte;
es ventura también hallar la muerte
si la vida le sirve de castigo.

Entonces cuán aprisa acabar viera
este sueño, este enredo, esta quimera,
que pasa por verdad si me mintiera.

Si a mis hijos y esposa no tuviera,
ni la fe del amigo poseyera,
ese instante de vida no quisiera.


Extraído de POESÍA BRASILEÑA COLONIAL.  Traducción y prólogo de Ricardo Silva-Santisteban. Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1985.  117 p. (Tierra Brasileña. Poesía 23)






ESTELA E NISE

Eu vi a linda Estela, e namorado
Fiz logo eterno voto de querê-la;
Mas vi depois a Nise, e é tão bela,
Que merece igualmente o meu cuidado.

A qual escolherei, se neste estado
 Não posso distinguir Nise d'Estela?
Se Nise vir aqui, morro por ela;
Se Estela agora vir, fico abrasado.

Mas, ah! que aquela me despreza amante,
Pois sabe que estou preso em outros braços,
E esta não me quer por inconstante.

Vem, Cupido, soltar-me destes laços,
Ou faz de dois semblantes um semblante,
Ou divide o meu peito em dois pedaços!



A LÁSTIMA

Na masmorra da Ilha das Cobras,
lembrando-se da família

Eu não lastimo o próximo perigo,
Nem a escura prisão estreita e forte;
Lastimo os caros filhos e a consorte,
A perda irreparável de um amigo.

A prisão não lastimo, outra vez digo,
Nem o ver iminente o duro corte;
É ventura também achar a morte
Quando a vida só serve de castigo.

Ah! quão depressa então acabar vira
Este sonho, este enredo, esta quimera,
Que passa por verdade e é mentira.

Se filhos e consorte não tivera,
E do amigo as virtudes possuíra,
Só de vida um momento não quisera.




Ao mundo esconde o Sol

Ao mundo esconde o Sol seus resplendores
E a mão da noite embrulha os horizontes;
Não cantam aves, não murmuram fontes,
Não fala Pã na boca dos pastores,

Atam as ninfas, em lugar de flores,
Mortais ciprestes sobre as tristes frontes;
Erram, chorando, nos desertos montes,
Sm arcos, sem aljavas, os Amores.

Vénus, Palas e as filhas da Memória,
Deixando os grandes templos esquecidos,
Não se lembram de altares nem de glória.

Andam os elementos confundidos:
Ah, Jónia, dia de vitória
Sempre o mais triste foi para os vencidos!




Liras

(A Bárbara Heleodora, sua esposa, remetidas
do cárcere da Ilha das Cobras)


Bárbara bela,
Do norte estrela,
Que o meu destino
Sabes guiar,
De ti ausente,
Triste, somente
As horas passo
A suspirar.

Por entre as penhas
De incultas brenhas,
Cansa-me a vista
De te buscar;
Porém não vejo
Mais que o desejo
Sem esperança
De te encontrar.

Eu bem queria
A noite e o dia
Sempre contigo
Poder passar;
Mas orgulhosa
Sorte invejosa
Desta fortuna
Me quer privar.

Tu, entre os braços,
Ternos abraços
Da filha amada
Podes gozar;
Priva-me a estrela
De ti e dela,
Busca dois modos
De me matar!



A Maria Ifigênia

Em 1786, quando completava sete anos.


Amada filha, é já chegado o dia,
Em que a luz da razão, qual tocha acesa,
Vem conduzir a simples natureza:
— É hoje que teu mundo principia.

A mão que te gerou, teus passos guia;
 Despreza ofertas de uma vã beleza,
E sacrifica as honras e a riqueza
Às santas leis do Filho de Maria.

Estampa na tu' alma a Caridade,
Que amar a Deus, amar aos semelhantes,
São eternos preceitos de verdade;

Tudo o mais são idéias delirantes;
Procura ser feliz na Eternidade,
Que o mundo são brevíssimos instantes.






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