GRAÇA GRAÚNA
Etnia Potiguara, Brasil
Escritora, ensayista, poeta. Tiene una maestria y doctorado en Letras en La Universidad
Federal de Pernambuco, Brasil. Hizo su posdoctorado en Educación Literatura y
Derechos Indígenas en la UMESP. Es profesora adjunta en la Universidade de Pernambuco. Coordina Proyectos de Literatura y Derechos Humanos. Es líder del Grupo de Estudios Comparados en Literaturas de Lengua Portuguesa, en la UPE. Responsable del blog
Tecido de vozes - questões indígenas
Ha publicado
Canto mestizo (poemas, Ed. Blocos, RJ, 1999)
Tessituras da terra (poemas. Ediciones Mulheres Emergentes, Belo Horizonte, 2000)
Tear da palavra (poemas. Ediciones Mulheres Emergentes, Belo Horizonte, 2007)
Criaturas de Ñanderu (narrativa infanto-juvenil. Ed. Manole, SP, 2010)
Organizadora del libro Direitos humanos em movimento (artigos, relatos. Recife, Ed. Edupe, 2011), entre otros
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
Caos climático
Es temerario descartar
la memoria de las aguas
el grito de la tierra
el llamado del fuego
el clamor del aire
Las hojas secas crujen bajo nuestros pies
en la resonancia de nuestro dolor
en medio del caos la pavorosa imagen
de que somos capaces de exponer nuestra ganancia
hasta no escuchar más
ni llorar, ni meditar
ni cantar sólo ganancia
y nada más
Es temerario descartar
la memoria de las aguas
el grito de la tierra
el llamado del fuego
el clamor del aire
Manifesto –I
...fragmento que sou
da fúria no choque cultural,
aqui, manifesto o meu receio
de não conhecer mais de perto
o que ainda resta
do cheiro do mato
da água
do fogo
da terra e do ar
Torno a dizer:
manifesto o meu receio
de não conhecer mais de perto
o cheiro da minha aldeia
onde ainda cunhantã
aprendi a ler a terra
sangrando por dentro.
Manifiesto I
…Fragmento soy
de la furia en el choque cultural
aquí manifiesto mi recelo
de no conocer más de cerca
lo que aún queda
del olor de la selva
del agua, el fuego
la tierra y el aire
Vuelvo a decir:
manifiesto mi recelo
de no conocer más de cerca
el olor de mi aldea
donde todavía joven
aprendí a leer la tierra
sangrando por dentro
Poética da autonomia
I
Minha voz tem outra semântica
outra música. Neste ritmo
falo da resistência
da indignação
da justa ira dos traídos
e dos enganados
II
Apesar de tudo,
jamais temer de apostar
na esperança
na palavra do outro
na seriedade
na amorosidade
na luta em que se aprende
o valor e a importância da raiva.
Jamais temer de apostar demasiado
na liberdade
III
Apesar de tudo,
cabe o direito de sonhar de estar no mundo
a favor da esperança
que nos anima.
Poética de la autonomía
I
Mi voz tiene otra semántica
otra música. En este ritmo
hablo de la resistencia
de la indignación
de la justa ira de los traicionados
y los engañados
II
A pesar de todo
jamás temeré apostar por la esperanza
por la palabra del otro
por la seriedad
la amorosidad en la lucha
en que se aprende el valor de la rabia.
Jamás temamos apostar demasiado
por la libertad
III
A pesar de todo
cabe el derecho de soñar de estar en el mundo
a favor de la esperanza
que nos anima.
Canción peregrina
I
Yo canto el dolor desde el exilio
tejiendo un collar de muchas historias
y diferentes etnias.
II
En cada parto
y canción de partida
a la Madre-Tierra pido refugio
al Hermano-Sol más energía
y a la Luna-Hermana
pido permiso (poético)
a fin de calentar tambores
y tejer un collar de muchas historias
y diferentes etnias.
III
Las piedras de mi collar son historia y memoria
del flujo del espíritu
de montañas y riachos
de lagos y cordilleras
de hermanos y hermanas
en los desiertos de la ciudad
o en el seno de los bosques.
IV
Son las piedras de mi collar y los colores de mis guías:
amarillo
rojo
blanco
y negro
de Norte a Sur
de Este a Oeste
de Amerindia o Latinoamérica
pueblos excluidos.
V
Yo tengo un collar de muchas historias
y diferentes etnias.
Si no lo reconocen, paciencia.
Nosotros habremos de continuar gritando
la angustia acumulada
hace más de 500 años.
VI
¿Y si nos echasen al viento?
yo no temeré,
nosotros no temeremos.
¡Sí! Antes del exilio
nuestro Hermano-Viento
conduce nuestras alas
al sagrado círculo
donde la amalgama del saber de viejos y niños
hace eco en los sueños
de los excluidos.
VII
Yo tengo un collar de muchas historias
y diferentes etnias.
Poema escrito originalmente en español
O GUARANI
Sepé Tiaraju foi um guerreiro
defendeu com a vida o rincão
a caça, a pesca e o plantio
do guarani contra a invasão
Da real história poucos sabem
o que se deu no século dezoito.
Sepé Tiaraju morto em combate
em nome da cultura do seu povo.
Junto a mil e quinhentos guaranis
afirmando que “esta terra já tem dono”.
na luta contra o mal ele morreu
Mas contam lá em São Miguel
quando a noite parece mais pituma
o guerreiro Sepé vira uma estrela
(Nordeste do Brasil, agosto de 2009)
ALMAS PEREGRINAS
Entre as histórias mais belas
do Rio Grande do Sul
é impossível esquecer
a canção de amor e morte
de Pulquéria e Tiaraju.
Na antiga São Miguel
com a lua por testemunha
em meio a flores silvestres
e os cantares dos pássaros
se encontram os amantes.
É um amor tão bonito
que Ñanderu nos faz ver
o que há de mais sagrado
na história de Pulquéria
e o seu amor por Sepé.
Foi na Guerra das Missões
que o amado parente
enfrentou as duras penas
que as lágrimas de Pulquéria
deram luz a uma nascente
Diz a lenda que Pulquéria
no rio ainda se banha
enquanto o guerreiro amado
segue o Cruzeiro do Sul
quando a noite é mais pituma.
(Nordeste do Brasil, agosto de 2009)
DEMASIADO
(para Hideraldo Montenegro)
humano
é poder apalpar o universo,
ainda que de longe
e sem fronteiras.
Consciente desta possibilidade,
o poeta expõe a solidão
tatuada em seu silêncio.
SABOR DAS PALAVRAS
Hoje acordei com saudades
de saborear palavras
vindas lá do Amazonas
nos versos de um amigo
que agora no céu faz a festa
anjo bom Aníbal Beça
(Nordeste do Brasil, 30 de agosto de 2009)
CARTOGRAFIA DO IMAGINÁRIO
(para Ivan Maia, Leila Miccolis, Márcia Sanches e Urha)
...do meio da noite
ao meio do dia
o espanto do universo
retalhado em fatias
alimenta o poema
e a vertiginosa fome de vencer
o intrincado mundo das palavras
da noite ao meio dia
(a)talhos e fatias
dos muitos caminhos do mundo
alimentam
a cartografia do imaginário
do corpoema
(Nordeste do Brasil, 1999)
UMA CHANCE À PAZ
(pensando em John Lennon)
O silêncio nos acompanha
resmunga
diz que envelheceu
e que só alguns loucos tentam escutá-lo.
O silêncio reclama
diz que são raros
os que ousam tocá-lo
e continuam se perguntando:
— todos dormem ou fingem que estão mortos?
Imagine
um silêncio de fel sobre o gelo fino
(Nordeste do Brasil, 8 de dezembro de 2009)
Poetamigo Fernando Sánchez: dizer obrigada é muito pouco diante da preciosa atenção que vem de você. Gracias, gracias mil por compartilhar meus escritos. Pode contar sempre comigo. Saudações indígenas, Graça Graúna (Brasil)
ResponderEliminarPoetamigo Fernando Sánchez: dizer obrigada é muito pouco diante da preciosa atenção que vem de você. Gracias, gracias mil por compartilhar meus escritos. Pode contar sempre comigo. Saudações indígenas, Graça Graúna (Brasil)
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