ANDERSON BRAGA HORTA
Nació en Braga Carangola, BRASIL el 17/11/1934.
Obra publicada
O Horizonte e as Setas (contos, com Elza Caravana, Izidoro Soler Guelman e Joanyr de Oliveira). Horizonte, Brasília,1967.
Participação do Trabalhador nos Lucros da Empresa (org.). 2 vls., Câmara dos Deputados, Brasília, 1967 e 1968.
Altiplano e Outros Poemas. INL/EBRASA, Brasília, 1971.
Marvário. Clube de Poesia de Brasília, 1976.
Incomunicação (poesia). INL/Comunicação, Brasília/Horizonte, 1977.
Exercícios de Homem (poesia). Comitê de Imprensa do Senado Federal, Brasília, 1978.
Semana de Estudos sobre Manuel Bandeira (conferências, em colaboração com Aderbal Jurema e Domingos Carvalho da Silva). Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), 1982.
Cronoscópio (poesia). INL/Civilização Brasileira, Brasília/Rio, 1983.
O Cordeiro e a Nuvem (antologia poética). Thesaurus, Brasília, 1984.
Na Cadeira de Álvares de Azevedo (discursos acadêmicos, com H. Dobal). Brasília, s/d 1986.
O Pássaro no Aquário (poesia). André Quicé, Brasília, 1990. — Erotismo & Poesia (ensaio). Thesaurus, 1994.
Caminho de Estrelas, poesia de Maria Braga Horta (org. e apresent.). Massao Ohno, S. Paulo, 1996.
Dramaturgia: Antologia do II Concurso Nacional de Dramaturgia Álvaro de Carvalho (colaboração). Fundação Catarinense de Cultura, Florianópolis, 1997.
Colóquio dos Centauros (trad. de Rubén Darío). Separata do Anuario Brasileño de Estudios Hispánicos, n.º VIII, Brasília–Madri, 1997.
Dos Sonetos na Corda de Sol. Guararapes–EGM, Jaboatão dos Guararapes, PE, 1999.
Pulso. Barcarola, S. Paulo, 2000. – Quarteto Arcaico. Guararapes, 2000.
Fragmentos da Paixão: Poemas Reunidos. Massao Ohno / FAC, S. Paulo / Brasília, 2000.
Poetas do Século de Ouro Espanhol, sel. e trad., com Fernando Mendes Vianna e José Jeronymo Rivera. Thesaurus, 2000.
Pentagrama (sonetos), com Antonio Carlos Osorio, []Antônio Temóteo dos Anjos Sobrinho]], Fernando Mendes Vianna e [José Geraldo]. Thesaurus, 2001.
Trinta e Três Sonetos. Guararapes, 2001. – Antologia Pessoal. Thesaurus, 2001.
Carta-Oração em Feitio de Poema à Força Jovem da América. Thesaurus, 2002.
Victor Hugo: Dois Séculos de Poesia, sel. e trad., com Fernando Mendes Vianna e José Jeronymo Rivera. Thesaurus, 2002.
O Sátiro e Outros Poemas de Victor Hugo, id., id. Edições Galo Branco, Rio, 2002.
A Aventura Espiritual de Álvares de Azevedo: Estudo e Antologia. Thesaurus/FAC, 2002.
Sob o Signo da Poesia: Literatura em Brasília. Thesaurus/FAC, 2003.
50 Poemas Escolhidos pelo Autor. Galo Branco, Rio, 2003.
Invenção do Espanto, poesia de Anderson de Araújo Horta (org. e apresent.). Galo Branco, Rio, 2004.
Cinco Histórias de Bichos, da série O Livro na Rua. Thesaurus, 2004. – Zoopoemas, id., 2005.
O Benzedor de Cobras, contos, id., 2006.
N.os 1 a 7 e 9 a 12 da mesma série. Clássicos (org. e apresent.): Gonçalves Dias, Laurindo Rabelo, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Castro Alves, Cruz e Sousa, Olavo Bilac, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos; id., n.os 1 e 15 da série Contemporâneos: Nossa História de Amor, poesia, e Gavião-de-Penacho, conto, de Maria Braga Horta, 2004 e 2005; id., n.º 16: Alguns Poemas de Anderson de Araújo Horta, 2006; id., n.º 27, Sonetos de Waldemar Lopes, 2006; n.os 2, 7 e 10 da série Portugueses/Clássicos: Antero de Quental, Fernando Pessoa, 2005, e Bocage, 2006, poesia.
Traduzir Poesia. Thesaurus / FAC, 2004.
Contos de Tenetz, de Yordan Raditchkov, trad. com Rumen Stoyanov. Id., 2004.
Testemunho & Participação: Ensaio e Crítica Literária. Id., 2005;
Criadores de Mantras: Ensaios e Conferências. Id., 2007.
Pulso Instantâneo, contos. Id., 2008.
Soneto Antigo. Id., 2009.
Prêmios
Jean Cocteau (tradução de poesia; A Época, Rio, 1957)
Antonio Botto (Ipase, Rio, 1959) — Alberto Rangel (O Cruzeiro, Rio, 1960)
Clube de Poesia de Campos (1960) — Canção do Mar (Diário de Notícias, Rio, 1960)
Revista do Funcionário Público: conto e poesia (Rio, 1961)
Nacional de Poesia (Rio, 1964) – Olavo Bilac (Guanabara, 1964 e 1966)
Machado de Assis (contos; Guanabara, 1966)
Alphonsus de Guimaraens (Academia Mineira de Letras, B. Horizonte, 1966)
Lupe Cotrim Garaude (U.B.E., S. Paulo, 1978)
Álvaro de Carvalho (dramaturgia; Fundação Catarinense de Cultura, Florianópolis, 1996)
Jabuti (Câmara Brasileira do Livro, S. Paulo, 2001)
Joaquim Norberto (tradução de poesia, partilhado; U.B.E., Rio, 2001)
Hors concours no Prêmio Centenário de Carminha Gouthier, das Academias Feminina Mineira de Letras e Municipalista de Letras de Minas Gerais (2003).
Prêmio Internacional de Literatura Brasil-América Hispânica, da Academia Feminina Mineira de Letras, por Fragmentos da Paixão, em 2007.
Prêmio Yvone Simoens Botkay, da UBE-RJ, em 2008, por Criadores de Mantras.
El Pájaro en el Acuario
§
Era un punto en el acuario.
Era una escama abierta
en el dubio verde del agua. Era una estrella
mínima en cielos de caída.
Era un frémito, un ritmo,
verso regresivo al origen, nada.
soplo extinguido, una vez más soplado
por sol de olvido, oscuro.
El pájaro en el acuario
solfeaba en silencio un sol futuro.
§§
Y eran agallas en la espuma, y los ojos, algo
como un llanto llorado en la arena, entre algas, planctus,
como un llanto llorado en medio de lágrimas
retenidas en el ojo inexistente. Y en breve
eran garras en la tierra, la dura guerra,
el mar perdido y el espacio ausente, ausente.
§§§
Garras, y la cruda guerra.
Chillido de espanto y dolor en descampado
entre el semen del sueño y la frente al viento.
Pero el do, y el espanto,
el dolor y su invento:
un sol menor en el pecho;
domado, un la en la plumífera
escama distendida en ala urgente.
Y era un pájaro en el alba de escarlata,
cantando en el alto el aria de rocío y plata.
(De: O Pássaro no Aquário)
Traducción: Kori Bolivia
O PÁSSARO NO AQUÁRIO
§
Era um ponto no aquário.
Era uma escama aberta
no verde dúbio da água. Era uma estrela
mínima em céus de queda.
Era um frêmito, um ritmo,
um verso regressivo à origem, nada,
um sopro extinto, inda outra vez soprado
por sol de oblívio, escuro.
O pássaro no aquário
solfejava em silêncio um sol futuro.
§§
E eram guelras na escuma, e os olhos, algo
como um pranto na areia, entre algas, planctos,
como um pranto chorado em meio a lágrimas
retidas no olho inexistente. E em breve
eram garras na terra, a dura guerra,
o mar perdido e o espaço ausente, ausente.
§§§
Garras, e a crua guerra.
Berro de espanto e dor no descampado
entre o sêmen do sonho e a fronde ao vento.
Mas o dó, mas o espanto,
a dor e seu invento:
um sol menor no peito;
domado, um lá na plúmea
escama distendida em ala urgente.
E era um pássaro na alva de escarlata,
cantando no alto a ária de orvalho e prata!
Fuga
Viene la noche galopando, cabalgada
por quien comanda el tiempo. La media luna,
punzante espuela onírica de plata,
hunde las claras puntas en sus flancos,
y de las heridas mana gotas rútilas.
Viene montada en pelo y viene sin riendas.
Pasó por encima de las montañas y está allí
rozando el vientre pardo de la tierra.
Se detuvo. Duerme, tal vez. Las gotas rútilas
se cristalizan en los altos flancos.
Duerme. Pero levántase asustada
ante un clamor que sube de los horizonte.
Y aquí está corriendo arisca , aquí la que huye,
y la luz inunda el vacío que ella deja.
(De Altiplano e Outros Poemas)
Traducción: Francisco R. Bello
FUGA
Vem galopando a noite, cavalgada
por quem comanda o tempo. A meia-lua,
bigúmea espora onírica de prata,
embebe as pontas claras em seus flancos,
e das feridas manam gotas rútilas.
Eis vem montada, em pêlo, e vem sem rédeas.
Pulou por cima das montanhas, ei-la
roçando o ventre pardo pela terra.
Parou. Dorme talvez. As gotas rútilas
cristalizaram-se nos altos flancos.
Dorme. Porém levanta-se assustada
ante um clamor que sobe os horizontes.
E ei-la correndo, arisca, ei-la que foge,
e a luz inunda o vácuo que ela deixa.
ÓRFICA (en español)
I
¿Qué ser es ese que aún al cielo espanta?
A su cuerpo cuarteado
lo llevan los ríos, lo beben los mares,
lo sube el viento al aire.
Se hace tierra en la tierra.
Se vuelve nada en todos los cuadrantes.
Mas la cabeza canta.
II
¿Qué cuerpo es ese
arcaico
animado de un fuego
entre sagrado y laico?
Cuerpo que se destroza,
fuego que se levanta.
III
El cuerpo se deshace en limo, en lama.
Las piernas, extintas, yerran por savia.
Las manos, arrancadas, críspanse por los frutos.
Mas la cabeza
¡canta!
De: Quarteto Arcaico (2000) - (Traducción del Autor)
ÓRFICA
I
Que ser é esse de que o céu se espanta?
O corpo esquartejado
levam-no os rios, bebem-no os mares,
vai com o vento nos ares.
Faz-se terra na terra.
Torna-se nada em todos os quadrantes.
Mas a cabeça canta.
II
Que corpo é esse
arcaico
animado de um fogo
entre o sagrado e o laico?
Corpo que se destroça,
fogo que se levanta.
III
Ai, o corpo se esfaz em limo, em lama.
As pernas, extintas, erram por seiva.
As mãos, arrancadas, crispam-se por frutos.
Mas a cabeça
canta!
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