MARIA ESTHER MACIEL
Nació en Patos de Minas, Brasil el 1 de febrero de 1963. Vive en Belo Horizonte desde 1981. Profesora de la Universidad Federal de Minas Gerais - UFMG. en Teoría de la Literatura
Poeta y crítica literaria publicó: Dos Haveres do Corpo (poesia, 1985); As vertigens da Lucidez: Poesia e Crítica em Octavio Paz (ensaio, 1995), A Lição do Fogo (ensaio, 1998), Triz (poesia, 1998),Vôo Transverso (ensaio, 1999), A memória das coisas (ensaio, 2004) e O Livro de Zenóbia (prosa poética, 2004).
Fue una revelación el descubrimiento de María Esther Maciel como poeta. Rigurosa en el tejido de los versos, en la construcción de imágenes. (Antonio Miranda)
ANTOLOGÍA DE POESÍA BRASILEÑA, edición de Jaime B. Rosa. Edición bilingue Português - Español. Valencia, España: Huerga & Fierro editores, 2006. 247 p. 13,5X21,5 cm. Col. A.M.
NOCTURNO
(a T. S. Eliot)
El día es noche en el poema:
Sombras, piedras, lunas secas
encubren la estación de las flores.
Sobre el desierto
memory and desire
todavía quedan:
ecos entre las cenizas
de este verso.
Will it bloom this year?
En la tierra triste del poema
entierro el fin y el infinito:
me hago silencio, eclipse.
[Trad. Carlos Osario]
NOTURNO
(a T. S. Eliot)
O dia é noite no poema:
Sombras, pedras, luas secas
encobrem a estação das flores.
Sobre o deserto
memory and desire
ainda restam:
ecos entre as cinzas
deste verso.
Will it bloom this year?
Na terra triste do poema
enterro o fim e o infinito:
me faço silêncio, eclipse.
PAISAJE CON FRUTAS
Dos peras sobre la mesa
esperan tu hambre.
El día es verde
y el, viento tiene colores provisorios.
Sobre el muro
un pájaro mudo
de mirada oscura
escudriña tu sombra
Él sabe
que nadie sabe
en qué azul
ocultas
tu absurdo.
[Trad. Carlos Osorio]
PAISAGEM COM FRUTAS
Duas peras sobre a mesa
esperam a tua fome.
O dia é verde
e o vento tem cores provisórias.
Sobre o muro
um pássaro mudo
de olhar escuro
perscruta a tua sombra
Ele sabe
que ninguém sabe
em que azul
ocultas
teu absurdo.
Extraídos da antologia OIRO DE MINAS a nova poesia das GERAIS. Seleção de Prisca Agustoni. S. l.: Pasárgada; Ardósia, 2007.
AULA DE DESENHO
Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso.
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.
OFÍCIO
Escrever
a água
da palavra mar
o vôo
da palavra ave
o rio
da palavra margem
o oco
da palavra nada.
SOBRE UM FILME DE WONG KAR-WAY
O corpo e seus possíveis.
O dentro que, na pele,
vira flor.
Os cheiros, a memória
do que, de tão breve,
não fica
senão como sombra
líquida
quase cítrica
desse amor.
AMOR
Na véspera de ti
eu era pouca
e sem
sintaxe
eu era um quase
uma parte
sem outra
um hiato
de mim.
No agora de ti
aconteço
tecida em ponto
cheio
um texto
com entrelinhas
e recheio:
um precioso corpo
um bastante sim.
A VOZ E O ESPELHO
(sobre um paradoxo de Octavio Paz)
Tu presencia me deshabita:
saio a esmo
sem medida do mesmo
no ermo de mim:
faço-me diversa
convexo-me em ti
no reverso
onde me perco
revejo-me, reescrita
e recomeço, inversa
embora a mesma
mas ao medir-me
não mais te vejo
e no instante
do espelho finito
reflito:
tu ausência me habita.
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