KÁTIA BENTO
Nació en Castelo (patria de Puris) en el estado de Espírito Santo, Brasil, en 09/08/1941, hija de Antonio Bento y Argentina María Rechetti Paresqui Bento. Sus abuelos paternos fueron un capitán de los bosques y la India (cuya historia inspiró su Romanceiro la Amuia) y, inmigrantes italianos maternos, procedente de Ferrara. Estudió en la Escuela Grupo "Nestor Gomes" y Colegio "Juan Bley.". Traslados posteriores a Río de Janeiro para asistir a la Universidad de Brasil, la Escuela de Enfermería, Escuela Ana Nery. Fue parte del grupo AnVersos, que celebró el trabajo catequético poético en diversos lugares, con show directo de entradas de los participantes. Luego, con otros poetas en las décadas 60/70 fundó la revista POESIOJE. Tiene trabajos publicados en diversos periódicos y revistas de varios estados brasileños y en la revista Crisis Argentina. Está también interesada en la literatura infantil.
Obras:
"O azul das montanhas ao longe" – Rio de Janeiro 1968
"Principalmente etc." – Cátedra, Rio de Janeiro, 1972
"Romanceiro de Amuia" – Fontana, Rio de Janeiro,1980 - Amuia, em tupi, é avó, e a obra é didicada à " inocência dessa amuia, a seus descendentes e aos índios brasileiros, vítimas de outros Capitães-do-Mato ao longo de quase cinco séculos de violência."
"Bebeto Bébelico" – 1973
"Geração verde" - 1979
"O Jogo da Velha" – 1980
"Contrafala" – Edições Pirata, Recife,1980
"Bichuim" – poesia infantil –Edições Pirata, Recife, 1981
"Lavratura" - inédito
Participação na revista Ymã, 2010.
Ojos mágicos
El ojo mágico
es el instante
entre el deseo de mis manos
de tocarte y tu figura
íntegra
en el marco de un retrato circular.
Es la fracción del momento
donde mis gestos retenidos
se disparan en vuelo certero
hacia tus ojos mágicos también.
PRIMEIRO CANTO NATIVO
No vão aberto invisível
entre dia e madrugada
mora a fração mais criança
da manhã guardando orvalhos:
fugazes prendas da noite
que ao primeiríssimo açoite
do dia, logo se espalham.
No vão das pedras mais lisas
do rio, loca de peixes,
gasosas gotas de lua
ficam postas – represadas.
Vêm nesse espaço encantado
do tempo e desse lugar
pequenas mãos qual bateria
catar as gotas, o brilho
dessa toca de luar.
Me dá, dá só um pedaço
desse momento encantado,
antes que a água doce
Caia em sanguínea emboscada.
Me dá, dá só um pedaço
desse momento de graça,
antes que passe – veja! –
boiando n'água essa folha
deitada na correnteza.
Que eu me desvisto inteira
do tempo além dessa fonte:
enquanto o amor é o mesmo
para mim também o instante.
A ARTESÃ
Artesã que tece a linha
laça o tempo e seu novelo
- a vida quer te laçar.
ai, que após o ponto alto
do riso, vem a corrente
da dor que quer te enlaçar.
Nessa faina, pouco a pouco
aos olhos te chegam rugas
tornando o rosto tear –
sobre a testa pousa a paina
tornando a cabeça cã.
- Artesã, tuas mantilhas
e essa alvura, são meadas
de igual partida de lã?
E viver? É esse fio
diante das mãos? Ou ofício
que te arremata e arrematas:
jogo de agulha e punhal
Ah, solidão, alfinete!
Ai, sangue sob o dedal.
SACOLA DE MADEIRA
Atravessando a rua
ou dentro da condução
observas, Senhor, que levo
uma sacola na mão.
Teu olhar a atravessa
e espias minha bagagem:
objetos de circunstância
urgentes nesta viagem –
São ferramentas de ofício
documentos operários
de quem está de serviço
num transitório calvário.
Quando a Ti me chamares
e eu chegar de mãos vazias
possas passar em revista
esta imagem dos meus dias:
que em meio ao cotidiano
sob uma cruz disfarçada
feita de papel ou pano
às vezes meu ombro tomba.
FELINO FELINO
Num halo de lã teu passo
pisa o solo sem tocá-lo
a passagem uma a uma
roças supostas plumas
(gato gato arebatas
o extrato leve do espaço)
vais
a alma sob a unha
& o olho ao teu encalço
é câmara lenta testemunha.
IDEOGRAMA
O dedo em riste
fura o bolo
ou acusa?
Pêndulo invertido,
nega
ou recusa?
Entre tão dedos -
dado perdido/da digital.
fina falange/levada ao lábio
dedo de fala/ou de segredo?
Impresso em pauta/de cinco linhas
no instrumento/de cinco cordas -
dedilha espaço/que é poema
ou seu gatilho?
Em sua forma/de index signo
sinal plural/código à mão
e metacorpo/cai como luva
dedo de prosa/ou poesia?
LINHA DA VIDA
A vida se desenrola
no dia a dia entre os dedos -
meada frágil/arisca
fio
que mal contido/à mão
se solta/esvoaça.
Então se converte em calos
o ato de reavê-la -
dias a fio enrolá-la,
fina linha em carretel.
Retê-la, no incessante
gesto que vinca a pele.
Então se converte em luta
o jogo de atar à palma
da mão,
a linha da vida -
entre a tatuagem do corpo
e o sopro vário do vento.
DA MATURIDADE
Rugas no rosto são brilhos
de estações naturais.
Saga de paz após guerra -
transcorridos trilhos
ao longo da face
da terra.
TROMBETA EM WOODSTOCK
brotam luas como câncer de nossas gargantas
brotam luas
o sermão do campo cresce como um signo
elétrico
Salomão em sua grandeza
não vestiu nossas vestes
verde e redivivo
é o chão dessa messe
olhai as aves do vale
adoecidas de luar
MISERERE
Os jesuítas farejam
na superfície o chão é hera areia pedra
em que porção do subsolo o ouro medra?
Os jesuítas forjam
vinde ó almas verdes como a relva
é a voz do céu que chega ao coração da selva
Os casuístas a missão dupla encerram
isentam nativos de culpa
juntam tesouros na terra
UM LANCE DE BORDUNA NÃO IMPORTUNA
Nheênga tu
nheêngo eu
Pindorama,
adeus
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