martes, 1 de mayo de 2012

6610.- JOSÉ ALMADA NEGREIROS



JOSÉ ALMADA NEGREIROS
(1893-1970)
Nacido en la Isla de São Tomé, hizo estúdios en Coimbra y Lisboa, habiendo vivido en España y en Paris. Participó con Fernando Pessoa y Mário de Sá Carneiro e Orpheu (1915) y lanzó en seguida Portugal Futurista (1917) COB Santa-Rita Pintor. Aliando su agresividad de agitador inconformisa contra el academicismo y la mentaliad burguesa, de lo que el MInisfiesto Anti-Dantas da ejemplo, a una creación multifacética (pintura y dibujo, poesía y narrativa, ensayos de intervención, conferencias), se convirtió em uma de las personalidades más sobresalientes de la cultura portuguesa del siglo XX. influyendo a sucesivas generaciones.  Se destacan, entre su obra poética dispersa, Litoral (1917) y A Invenção do Dia Claro (1921) donde la estética de la “ingenuidad” se expresa n un lenguaje de una gran originalidad, frescura y fuerza incisiva, en que el lirismo
 y la ironia sarcástica se mezclan, con una lucidez y una espontaneidade sorprendentes.



TEXTOS EN ESPAÑOL
Tradução de Rodolfo Alonso


RONDEL DEL ALENTEJO

En minarete
mate
bate
leve
verde nieve
minué
lunar.

Medianoche
del Secreto
em peñasco
de una noche
lunar.

Ojos caros
de Heredera
hechicera
con avio
lunar.

Rompen fuego
panderetas
morenitas,
bailan tetas
y bonitas,
bailan telas
y chaquetas,
son las cintas
desahogo
lunar.

Vuela el chal
golondrina
al bailar,
y la vida
enfermita
y la ermitã
lunar.

El lazote
escarlata
de cocotte
alegria
de María
la-ri-rate
em locura
lunar.

Giran pies
giran pasos
girasoles
y las gorras,
y los brazos
de estos dos
gira el lazo
lunar.

El corsé
de esta Virgen
enloquece
como la S
del cohete
en
vahido lunar.

En minarete
mate
bate
leve
verde nieve
minué
lunar.

In Contemnporânea, n. 22, 1922)




CONFIDENCIAS

ίMadre! Ven a oír...

ίVen a oir mi cabeza contando historias raras que aún no viaje!
ίVem a oir mi cabeza contando historias raras que aún no viaje!
ίTrae tinta colorada para escribir estas cosas! ίTinta color de sangre,
sangre verdadera, colorada!
ίMadre! ίpasa tu mano por mi cabeza!
ίYo apun no hice viajes y mi cabeza no se acuerda sino de viajes! Yo
voy a viajar. ίTengo sed! Yo prometo saber viajar.

Cuando vuelva es para subri los escalones de tu casa, uno por uno.
Voy a aprender de memoria los escalones de nuestra casa. Después
vengo a sentarme a tu lado. Tú a cosar y yo a contarte mis viajes,
aquellos que yo viaje, tan parecidos a los que no viaje, escritos
ambos con las mismas palabras.

ίMasre! ίata tus manos a las mías y da um nudo muy apretado! Yo
quiero ser cualquier cosa de nuestra casa. Como la mesa. Yo también
quiero tener una forma que sirva exactamente para nuestra casa, como
la mesa.

ίMadre! ίpasa tu mano por mi cabeza!
ίCuando pasas tu mano por mi cabeza todo es tan de verdad!

                            (De A Invenção do Dia Claro,1921)


Textos extraídos de la obra POETAS PORTUGUESES Y BRASILEÑOS - DE LOS SIMBOLISTAS A LOS MODERNISTAS; organización y estúdio introductorio: José Augusto Seabra.  Buenos Aires: Instituto Camões; Editora Thesaurus, 2002.  



TEXTOS EM PORTUGUÊS


RONDEL DO ALENTEJO

Em minarete
mãe
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.

Meia-Noite
do Segredo
no penedo
duma noite
de luar.

Olhos caros
de Morgada
enfeitada
com preparos
de luar.

Rompem fogo
pandeiretas
morenitas,
bailam tetas,
bailam chitas
e jaquetas,
são as fitas
desafogo
de luar.

Voa o xaile
andorinha
pelo baile,
e a vida
doentinha
e a ermida
ao luar.


Laçarote
escarlate
de cocote
alegria
de Maria
la-ri-rate
em folia
de luar.

Giram pés
giram passos
girassóis
e os bonés,
e os braços
destes dois
giram laços
ao luar.

O colete
desta Virgem
endoidece
como o S
do foguete
em vertigem
de luar.

Em minarete
mãe
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.

         (In Contemnporânea, n. 22, 1922)



        

 CONFIDÊNCIAS

                            Mãe! Vem ouvir...

         Mãe!
         Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
         Traze tinta encarnada para escrever estas coisa! Tinta cor de sangue,
         sangue verdadeiro, encarnado!
         Mãe, passa a tua mão pela minha cabeça!
         Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de
         viagens! Eu vou viajar.  Tenho sede! Eu prometo saber viajar!

         Quando voltar é par subir os degraus da tua asa, um por um. Eu
         vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me
         a teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que
         eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as
         mesmas palavras.

         Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
         Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também
         quer ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.

         Mãe!   passa a tua mão pela minha cabeça!
         Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!


                            (De A Invenção do Dia Claro,1921)


http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/portugal/jose_almada.html










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