miércoles, 25 de noviembre de 2015

PEDRO CRAVEIRO [17.611] Poeta de Portugal


PEDRO CRAVEIRO


PEDRO CRAVEIRO (PORTO, 1990)

É Mestre em Estudos Literários pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto com a dissertação: hoje sem musa apenas meu nome escrito na blusa: a Beat Generation e o Budismo Zen em Paulo Leminski (2014).
Foto: Vítor Dias




TO DIE IN L.A.

al principio era el verbo
breathe it in and breathe it out
todos los distritos en alerta amarilla
y tus rodillas eran mi casa
ese era el tiempo en que tu pelo
se enganchaba en el desagüe de la ducha
y yo protestaba               mamá no puede ver pelos en el desagüe

al principio era miedo
a amarte por completo
sin olvidarte a la mitad
todas las mañanas te esperaba en la ventana
y repetía, cómo te quiero más
pronto entendí que el miedo por prisión
era la verdad de nuestros flancos
tu sabías como convencerme
y traías siempre un libro para dos
cuántos poemas te escribí
una tarde, lo recuerdo ahora, preguntaste
si mi poesía cambiaría el mundo
está claro que no

al principio era la poesía
en cada chaqueta encontraba un mechero tuyo
en cada café tu sabor
en un paquete de malboro los días más ásperos.

(Inédito, 2015)
Traducción: Montserrat Villar González



TO DIE IN L.A.

no princípio era o verbo
breathe it in and breathe it out
todos os distritos em alerta amarelo
e os teus joelhos eram a minha casa
esse era o tempo em que o teu cabelo
fixava o ralo do chuveiro
e eu reclamava a mãe não pode ver cabelos no ralo

no princípio era o medo
de amar-te por inteiro
sem esquecer-te na metade
todas as manhãs esperava-te à janela
e repetia, como te quero mais
cedo entendi que o medo por prisão
era a certeza dos nossos flancos
tu sabias como me convencer
e trazias sempre um livro para dois
quantos poemas te escrevi
uma tarde, recordo-me agora, perguntaste
se a minha poesia mudaria o mundo
é claro que não

no princípio era a poesia
em cada casaco achava um isqueiro teu
em cada café o teu sabor
num maço de marlboro os dias mais ásperos.

 (Inédito, 2015)



HEARTQUAFE

a estas horas más o menos
estarás cenando en Heimlicher Strasse
la cocina italiana es tu talón de Aquiles
(y a mí solo me gustan las bruchettas)
es más que cierto: mirando hacia el Wesser y café
al final de la noche poesía & currywurst
en las escaleras de BöttcherstraBe

a estas horas más o menos
te espero en el café ceuta
(el sol de septiembre no te trae en la nube
más cercana)
hace algún tiempo te oía en esta mesa
hablando de los nibelungos
del norte de Niflheim
de los burgondos
de los ramphastidos de América
es domingo y yo te imagino lejos
entre mis labios y la taza de café
buscándote en todas las canciones de vh1
resignándome siempre con un grano de arena en el ojo
a estas horas
más o menos

 (Enfermaria 6, 2015)



HEARTQUAKE 

a esta hora mais coisa menos coisa
estarás a jantar em Heimlicher Strasse
a cozinha italiana é o teu calcanhar de aquiles
(e eu só gosto de bruschetta)
é mais que certo: vista para o Weser e café
no fim da noite poesia & currywurst
nas escadas de Böttcherstraße

a esta hora mais coisa menos coisa
espero-te no café ceuta
(o sol de setembro não te traz na nuvem
mais próxima)
há tempos ouvia-te nesta mesa
a falar dos nibelungos
do norte de Niflheim
dos burgundos
das ramphastidæ da América

é domingo e eu imagino-te longe
entre os meus lábios e o copo de café
procurando-te em todas as canções do vh1
resignando-me sempre com um cisco no olho
a esta hora
mais coisa menos coisa








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