lunes, 15 de septiembre de 2014

MÁRIO SAA [13.330]


MÁRIO SAA

(1894-1971)
Mário Saa, se llamaba en realidad Mario Paes da Cunha e Sa, (* 18 de junio de 1893 en Caldas da Rainha, Portugal, † 23 de enero de 1971 en Ervedal, comunidad Avis, Portugal) fue un escritor portugués, sobre todo un poeta excéntrico. Era un representante del modernismo literario en Portugal.

OBRA: 

Evangelho de Sao Vito 
Portugal Cristao - Novo ou os judeus na Republica 
Poemas heroicos 
Camões no Maranhão (Camões in Maranhao) (Maranhao ist ein Gebiet in Brasilien 
Tabua Genealogica da Vararia Vaz de Camões, 1924.
A invaçao dos judeus 
Proclamaçao a Patria: Uma alianca Luso-Catalao, 1931. 
Erridania: a geografia mais antiga do occidente, 1936.
As memorias astrologias de Camões eo nascimento do poeta em 23. de Janeiro 1524, (1940)
As grandes vias da Lusitania – o interario de Antonio Pio 
Poesia e alguma prosa 


Mário Saa

Nacido en Caldas da Rainham hizo estúdios em Évora, Lisboa y Coimbra, sin haber concluído ningún curso universitário. En la estela del modernismo de Orpheu, coloboró en la revista Athena, dirigida por Fernando Pessoa, donde publicó sus famos Xácaras. Su obra en pros, como A Explicação do Homem (1928), se sitúa también em la órbita órfica, habiendo A Invasão dos Judeus (1925) suscitado una encendida polémica, así como su estúdio As Memórias Antológicas de Camões (1940). Esparcia em diarios y revistas, como Presença, que lo acogió ampliamente, su poesia combina formas tradicionales con un lenguaje moderno original, contaminada de sutil ironía y de sensualidad reflexiva, como en la Xácara das Mulheres Amadas. 



JÁCARA DE LAS MUJERES AMADAS

Quien muchas mujeres tuvo,
en vez de uma amada esposa,
más se afirma y se reposa
para amar a su mujer;
quien no lo sepa entender...
¡en cosas de amor no osa,
en cosas de amor no quiere!

Cuantas más, más se descansa,
más las servimos a todas;
cuantas más fueran las bodas,
cuantos más pares en danza,
menos la danza nos cansa
el gusto de andar rondando.

Que cuantas más más detalle
recibirá cada una;
ni cansa tanto lo visto
ni queda el gusto partido;
¡al contrario, se acrecienta
lo que recibe cada uma!

Em paladar de cambiar
más se siente el gusto agudo:
que amar nada o amar todo
es prestarse a mucho amar;
el tedio viene al no estar
al par del nada y del todo.

Más facilmente se llega
para muchas que para una;
y es la razón porque, em suma,
si esta razón no me ciega,
aquel que muchas consigue
es como tener... ¡ninguna!

Con muchas, viene el descanso,
y el deseo se acrecienta:
que es lo más apetecido
aquello que no se tiene;
y el apetito es el bien;
y al saciarlo está perdido.

También la mujer que tiene
Su marido repartido
¡es más gustosa del bien
que viene de su marido!

Tan gustosa y recogida,
tan pronta y tan resignada,
cuanto al gusto es tener nada;
porque el gusto es ser servida
y no el estar contentada.
El gusto es cosa corriente,
y el que lo tiene no siente
el gusto de esa corrida,
¡tenerlo, es cosa... vacante...
tenerlo, es cosa... perdida!

Pues, así, em esta jornada
no vi nada más de amar
sino mucho por llegar
y cosa alguna llegada;
nada más vi por tener...
¡sino mucho que perder...
y cosa alguna ganada!

Tradução de Rodolfo Alonso
(In Cancioneiro do Salão dos Independentes, 1930)





XÁCARA DAS MULHERES AMADAS

Quem muitas mulheres tiver,
em vez de uma amada esposa,
mais se afirma e se repousa
pera amar sua mulher;
quem isto não entender...
em cousas d'amor não ousa,
em cousas d'amor não quer!  

Quantas mais, mais se descansa,
mais a gente serve a todas;
quantas mais forem as bodas,
quantos mais os pares da dança,
menos a dança nos cansa
o gosto d'andar nas rodas.  

Que quantas mais, mais detido
a cada uma per si;
nem cansa tanto o que vi,
nem fica o gosto partido;
ao contrário, é acrescido
a cada uma per si!  

No paladar de mudar
mais se sente o gosto agudo:
que amar nada ou amar tudo
é estar pronto a muito amar;
o enjoo vem de não estar
a par do nada e do tudo.  

Mais facilmente se chega
pera muitas que pera uma;
e a razão é porque, em suma,
se esta razão me não cega,
quem quer que muitas adrega
é como tendo... nenhuma!  

Com muitas, descanso vem,
faz o desejo acrescido:
que é o mais apetecido
aquilo que se não tem;
e o apetite é o bem;
e em saciá-lo é perdido.  

Também a mulher que tem
seu marido repartido
é mais gostosa do bem
que advém de seu marido!  

Tão gostosa e recolhida,
tão pronta e tão conformada,
quanto o gosto é não ter nada;
porque o gosto é ser servida
e não o estar contentada.
O gosto é cousa corrente,
e quem o tem já não sente
o gosto dessa corrida,
que tê-lo, é cousa... jazente...
que tê-lo, é cousa... perdida!  

Ora, pois, nesta jornada
não vi nada mais de amar
que ter muito por chegar
e cousa alguma chegada;
não vi nada mais de ter...
que ter muito que perder...
e cousa alguma ganhada!  

(In Cancioneiro do Salão dos Independentes, 1930)







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