CARLOTA DE BARROS
Carlota de Barros Fermino Areal Alves nació en Fogo Island, CABO VERDE el 24 de enero de 1942. Durante la infancia vivió en las islas de Fogo, Brava, São Nicolau y São Vicente. En 1949 se trasladó con su familia a Mozambique, donde permaneció hasta 1957, año en que fue a Portugal. En este país se graduó en Filología Alemana de la Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa. Vive en Portugal desde 1974, pero constantemente visita su país.
Carlota de Barros es columnista de Jornal Artiletra, ha publicado textos en Pre-Textos y otras revistas de Artes y Letras. En 2000, publicó su primer libro de poesía, "La Ternura de agua"; publicado en 2003: "Mi alma Runs Silent". En 2007, la Oficina de la Biblioteca Nacional y el libro editado su libro de poesía, "sueño soñado", que se reimprimió en 2008, en una edición trilingüe (creole, portugués e Inglés), la primera edición trilingüe publicado en Cabo Verde .
Mar y fuego
Nací junto al mar
um mar intranquilo
y bello
olas salvajes
subiendo para las velas
como un grito sensual
de amantes nostálgicos
dormí tranquila
con el rumor del mar
y sabor a sal
en el aire caliente de la noche
me uní para siempre
al agua
al sol
a la arena
nací entre el fuego
y tempestades saladas
me cubrí de salitre
mastiqué la sal
de las olas sin fronteras
y me uní
para siempre
al mar y al fuego.
Publicado http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/ANTOLOGIA-CABO-VERDE.pdf
Traducido del portugués por Myriam Rozenberg
SECA
Não gostaria de ter visto
a seca a crescer
a boa terra a gretar
não gostaria de ter visto
o grande tanque a secar
as levadas caladas
encherem-se de folhas
mortas quebradas
mas vi
esqueletos de goiabeiras
retorcidos
de secura
ocas papaieiras
vergadas
sem seiva sem sémen
Não gostaria de ter visto
as velhas mangueiras
tão magras de fome
limoeiros e laranjeiras
a morrer de sede e de pó
mas vi
figueiras bravas
nuas de folhas e de frutos
bandos de pardais sequiosos
abrindo caminho
por entre os galhos ressequidos
Não gostaria de ter visto
os altivos coqueiros de pé
a morrer sem um gemido
o esplendor das árvores
a murchar em silêncio
Não gostaria de ter visto
mas vi
(in “Sonho Sonhado”)
MORNA
(à memória de Ildo Lobo)
Morna
encanto de um povo
brando sensual
melodia suave
chuva miudinha
na telha
ressonância do sopro das ilhas
na nudez dos montes sequiosos
eco silencioso da nostalgia
de um povo pobre
caminheiro solitário no mundo
Morna
melodia de amor
esperança e saudade
de um povo simples
náufrago nas ilhas
que Deus sonhou e povoou
Morna
doce canto do ilhéu
na valsa lenta das ondas
voz de um povo de poetas
a namorar o mar
Morna
carícia nua
no coração da nossa terra
pobre e desflorida
(in “Sonho Sonhado”)
A MINHA ALMA CORRE EM SILÊNCIO
A minha alma corre em silêncio
pelas rochas do meu arquipélago anilado
é a saudade do mar
dos búzios
dos potes
das estrelas a brilhar
nas noites escuras
do som das vassouras de palha
na calçada da rua estreita
nas manhãs brancas perfeitas
que se seguem às noites
de silêncio e jasmins perfumados
a minha alma corre em silêncio
pelas noites de luar
em que me colhias as rosas
que alegravam o despertar lento
das minhas manhãs jovens perfeitas
a minha alma corre em silêncio
pelas noites estreladas
em que me mostravas a ursa maior
as minhas mãos nas tuas
confiante e terna
a minha alma corre em silêncio
pelas rochas do meu arquipélago anilado
é a saudade do silêncio das noites
das rosas e das estrelas
in “A Minha Alma Corre em Silêncio”
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