jueves, 18 de abril de 2013

JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS [9637]



José de Almada Negreiros
José Sobral de Almada Negreiros (Santo Tomé (Santo Tomé y Príncipe), 7 de abril de 1893 - Lisboa (Portugal), 15 de julio de 1970) fue un pintor y escritor portugués.

Almada Negreiros nació en lo que entonces era la colonia de Santo Tomé y Príncipe, hijo del escritor António Lobo de Almada Negreiros y la mestiza Elvira Freire Sobral. En 1913, realizó su primera exhibición individual. En 1915, publicó varios de sus poemas en la revista de arte Orpheu. Durante los años venideros, su producción artística fue amplia, realizando pinturas de caballete, murales, vitrales, dibujos y escenografías, así como novelas, obras de teatro y poemas. Almada Negreiros fue un artista clave para el arte moderna de Portugal, siendo influenciado por el cubismo y, principalmente, por el futurismo. Durante la dictadura de António de Oliveira Salazar, realizó varias obras propagandísticas, pero la mayoría de su trabajo criticaba fuertemente la sociedad de esa época.

Almada Negreiros, Auto-retrato
Autorretrato

En 1934, se casó con la pintora Sarah Afonso, luego de haber regresado de París y Múnich. En ese año, la pareja tuvo su único hijo, José Afonso de Almada Negreiro, quien posteriormente se casaría con Maria José de Sampaio e Melo de Vasconcelos, nieta del político portugués Augusto de Vasconcelos.

Obras

A Questão dos Painéis (1926)
Nome de Guerra (1925)
Pierrot e Arlequim (1924)
A Invenção do Dia Claro (1921)
A Invenção do Corpo (1921)
Histoire du Portugal par Coeur (1919)
O Jardim da Pierrette (1918)
K4, O Quadrado Azul (1917)
Ultimatum às Gerações Futuristas Portuguesas do Século XX (1917)
Manifesto Anti-Dantas (1915)
O Sonho da Rosa (1915)
A Engomadeira (1915)
A Cena do Ódio (1915)







(Fragmento de La escena de odio)

[...]

¡Tú, que te dices Hombre!
¡Tú, que te sastreas de modas
y haces carteles de los trajes que vistes
para que no se vean los lamparones interiores!
Tú, que inventaste las Ciencias y las Filosofías,
las Políticas, las Artes y las Leyes,
y los otros rompecabezas de salón
y otros dramas de gran espectáculo...

Tú, que perfeccionaste el arte de matar.
Tú, que descubriste el cabo de Buena Esperanza
y el Camino Marítimo de las Indias
y las dos grandes Américas,
y que llevaste el aburrimiento a esas tierras
y trajiste de allá más majaderos para acá
y además cantaste estos Hechos.
Tú, que inventaste la majadería y el globo,
y que harto de aburrirte en el suelo
te fuiste a aburrirte en el aire,
y que aun fuiste a inventar submarinos
para aburrirte también bajo el agua...
Tú, que tienes la manía de las Invenciones
y los Descubrimientos,
y que nunca descubriste que eras bruto,
¡Tú consigues ser cada vez más bestia
y llamas a este progreso Civilización!

[...]






Momento de poesía

Si me pongo a trabajar
y escribo o dibujo,
me siento lego tan atrasado
en lo que debo a la eternidad,
que comienzo a empujar el tiempo hacia
adelante
y lo empujo, lo empujo a la brava
como empuja un retrasado,
¡hasta que cansado me doy por satisfecho!
¡y el efecto de la fatiga
es muy semejante a la alusión de la satisfacción!
En cambio si voy a pasear por ahí
soy tan inteligente viendo todo lo que no está
conmigo,
comprendo tan bien lo que no me concierne,
me siento tan lleno de lo que está fuera de mí,
doy consejos tan bíblicos a los afligidos
de una aflicción que no es mía,
me doy tan perfectamente cuenta de lo que
pasa afuera de mis murallas
así como soy ciego al leerme en el espejo,
que sinceramente no sé qué
sea mejor,
si estar solo en casa dando vueltas a la manivela
del mundo,
o si ir por ahí siendo el rey invisible de todo lo
que no es mío.







 A Cena do Ódio 

(... )

Larga a cidade masturbadora, febril,
rabo decepado de lagartixa,
labirinto cego de toupeiras,
raça de ignóbeis míopes, tísicos, tarados,
anémicos, cancerosos e arseniados!
Larga a cidade!
Larga a infâmia das ruas e dos boulevards,
esse vaivém cínico de bandidos mudos,
esse mexer esponjoso de carne viva,
esse ser-lesma nojento e macabro,
esse S ziguezague de chicote autofustigante,
esse ar expirado e espiritista,
esse Inferno de Dante por cantar,
esse ruído de sol prostituído, impotente e velho,
esse silêncio pneumônico
de lua enxovalhada sem vir a lavadeira
Larga a cidade e foge!
Larga a cidade!
Vence as lutas da família na vitória de a deixar. 
Larga a casa, foge dela, larga tudo!
Nem te prendas com lágrimas que lágrimas são cadeias!
Larga a casa e verás — vai-se-te o Pesadelo!
A família é lastro: deita-a fora e vais ao céu!
Mas larga tudo primeiro, ouviste?
Larga tudo!
— Os outros, os sentimentos, os instintos,
e larga-te a ti também, a ti principalmente! 
Larga tudo e vai para o campo
e larga o campo também, larga tudo!
— Põe-te a nascer outra vez!
Não queiras ter pai nem mãe,
não queiras ter outros nem Inteligência! 
A Inteligência é o meu cancro:
eu sinto-A na cabeça com falta de ar! 
A Inteligência é a febre da Humanidade
e ninguém a sabe regular!
E já há Inteligência a mais: pode parar por aqui!
Depois põe-te a virar sem cabeça,
vê só o que os olhos virem,
cheira os cheiros da Terra,
come o que a Terra der,
bebe dos rios e dos mares,
— põe-te na Natureza!
Ouve a Terra, escuta-A.
A Natureza à vontade só sabe rir e cantar! 
Depois põe-te à coca dos que nascem
e não os deixes nascer

Vai depois pla noite nas sombras
e rouba a toda a gente a Inteligência
e raspa-lhes a cabeça por dentro
co'as tuas unhas e cacos de garrafas,
bem raspado, sem deixar nada,
e vai depois depressa, muito depressa,
sem que o sol te veja,
deitar tudo no mar onde haja tubarões!
Larga tudo e a ti também!
Mas tu nem vives nem deixas viver os mais,

Crápula do Egoísmo, cartola d'espanta-pardais! 
Mas hás-de pagar-Me a febre-rodopio
novelo emaranhado da minha dor!
Mas hás-de pagar-Me a febre-calafrio
abismo-descida de Eu não querer descer! 
Hás-de pagar-Me o Abismo e a Morfina! 
Hei-de ser cigana da tua sina!
Hei-de ser a bruxa do teu remorso! 
Hei-de desforra-dor cantar-te a buena-dicha
em águas fortes de Tróia
e nos poemas de Poe!
Hei-de feiticeira a galope na vassoura
largar-te os meus lagartos e a Peçonha! 
Hei-de vara mágica encantar-te arte de ganir! 
Hei-de reconstruir em ti a escravatura negra! 
Hei-de despir-te a pele a pouco e pouco
e depois na carne viva deitar fel,
e depois na carne viva semear vidros,
semear gumes,
lumes,
e tiros,
Hei-de gozar em ti as poses diabólicas
dos teatrais venenos trágicos do persa Zoroastro! 
Hei-de rasgar-te as virilhas com forquilhas e croques,
e desfraldar-te nas canelas mirradas
o negro pendão dos piratas
Hei-de corvo marinho beber-te os olhos vesgos! 

Hei-de bóia do Destino ser em brasa
e tu náufrago das galés sem horizontes verdes!
E mais do que isto ainda, muito mais:
Hei-de ser a mulher que tu gostes,
hei-de ser Ela sem te dar atenção!

Ah! que eu sinto claramente que nasci
de uma praga de ciúmes.
Eu sou as sete pragas sobre o Nilo
e a Alma dos Bórgias a penar!

almada-negreiros_estudo-cenico-arlequim




Esperança 

Esperança:
isto de sonhar bom para diante
eu fi-lo perfeitamente.
Para diante de tudo foi bom
bom de verdade
bem feito de sonho
podia segui-lo como realidade
Esperança:
isto de sonhar bom para diante
eu sei-o de cor.
Até reparo que tenho só esperança
nada mais do que esperança
pura esperança
esperança verdadeira
que engana
e promete
e só promete.
Esperança:
pobre mãe louca 
que quer pôr o filho morto de pé?
Esperança
único que eu tenho
não me deixes sem nada
promete
engana
engano que seja
não me deixes sozinho
esperança.

almada_negreiros-pintura















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