FRANCISCO OTAVIANO
Francisco Otaviano de Almeida Rosa (26 junio 1825 a 28 junio 1889) fue un poeta brasileño, abogado, diplomático, periodista y político. Es famoso por traducir al portugués obras de escritores como Horacio, Catulo, Lord Byron, William Shakespeare, Percy Bysshe Shelley, Victor Hugo y Johann Wolfgang von Goethe, la mayoría de ellos por primera vez.
Fue el patrón de la silla 13 de la Academia Brasileña de Letras.
OBRA:
Inteligência do Ato Adicional (1857)
As Assembleias Provinciais (1869)
Cantos de Selma (1872)
Traduções e Poesias (1881)
Soneto
Morir, dormir... , y se acabó la vida,
y, con ella, también nuestros dolores.
Un puñado de tierra, algunas flores...,
y, tal vez, una lágrima fingida.
Sí, que mi muerte no será sentida:
ni tuve amigos ni me dejo amores;
si los tuve quizá, fueron traidores,
verdugos de mi alma consumida.
El mundo está podrido. ¿Qué me importa
que mañana se agriete y se derrumbe
si la natura para mí está muerta?
Es hora ya de que mi exilio acabe...
Ven, muere, ven, y llévame a la nada:
morir, dormir, quizá soñar... ¡Quién sabe!
Traducción de Renato Mendonça
Soneto
Morrer, dormir, não mais: termina a vida
E com ela terminam nossas dores,
Um punhado de terra, algumas flores,
E às vezes uma lágrima fingida!
Sim, minha morte não será sentida,
Não deixo amigos e nem tive amores!
Ou se os tive mostraram-se traidores,
Algozes vis de uma alma consumida.
Tudo é pobre no mundo; que me importa
Que ele amanhã se esb'roe e que desabe,
Se a natureza para mim está morta!
É tempo já que o meu exílio acabe;
Vem, pois, ó morte, ao nada me transporta
Morrer, dormir, talvez sonhar, quem sabe?
Ilusiones de vida
Quien pasó por la vida en blanca nube
y en plácido reposo adormeció;
quien no sintió un frío de desgracia;
quien pasó por la vida y no sufrió,
fue un espectro de hombre, no fue hombre.
El pasó por la vida, no vivió.
Traducción de Renato Mendonça
ILUSÕES DA VIDA
Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu;
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.
MORRER... DORMIR...
Morrer... dormir... não mais! Termina a vida,
E com ela terminam nossas dores;
Um punhado de terra, algumas flores,
E, às vezes, uma lágrima fingida!
Sim! minha morte não será sentida;
Não deixo amigos, e nem tive amores!
Ou, se os tive, mostraram-se traidores,
- Algozes vis de uma alma consumida.
Tudo é podre no mundo! Que me importa
Que ele amanhã se esboroe e que desabe,
Se a natureza para mim é morta!
É tempo já que o meu exílio acabe...
Vem, pois, ó Morte ao nada me transporta...
Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?
PARA QUE VER?
Por que, divino Mestre,
Com teu poder celeste,
Ao homem que cegara,
De novo ver fizeste?
Que lhe mostrava a terra
Que a vista merecesse?
Maldades e perfídias
De sórdido interesse!
Tua doutrina, cego,
Ouvia e meditava.
Sem cogitar no mundo,
Ao céu se remontava.
Um cão, umas crianças
Lhe davam assistência;
O cão - fidelidade,
Crianças, inocência!
De humana piedade
Teu ato foi, Senhor!
Mantê-lo na cegueira
Fôra de um Deus favor!
RECORDAÇÕES
Oh! se te amei! Toda a manhã da vida
Gastei-a em sonhos que de ti falavam!
Nas estrelas do céu via teu rosto,
Ouvia-te nas brisas que passavam:
Oh! se te amei! Do fundo de minh’alma
Imenso, eterno amor te consagrei...
Era um viver em cisma de futuro!
Mulher! oh! se te amei!
Quando um sorriso os lábios te roçava,
Meu Deus! que entusiasmo que sentia!
Láurea coroa de virente rama
Inglório bardo, a fronte me cingia;
À estrela alva, às nuvens do Ocidente,
Em meiga voz teu nome confiei.
Estrela e nuvens bem no seio o guardam;
Mulher! oh! se te amei!
Oh! se te amei! As lágrimas vertidas,
Alta noite por ti; atroz tortura
Do desespero d’alma, e além, no tempo,
Uma vida sumir-se na loucura...
Nem aragem, nem sol, nem céu, nem flores,
Nem a sombra das glórias que sonhei...
Tudo desfez-se em sonhos e quimeras...
Mulher! oh! se te amei!
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