martes, 18 de marzo de 2014

WALDIR ARAÚJO [11.261]


Waldir Araújo 

Poesía Actual de Guiné-Bissau
Waldir Araújo (Guiné-Bissau, 1971). A los 14 años viaja, por primera vez a Portugal. En el equipaje lleva el premio obtenido en el concurso literario del Centro Cultural Portugués, en Bissau. Es en Lisboa que prosigue los estudios secundarios y académicos, sigue el curso de Derecho, y alimenta la pasión por las palabras. Periodista desde 1996, pasa por la prensa escrita, perteneciendo a los cuadros de la revista Valor y colaborando con varios diarios y revistas. Desde 2001 integra la redacción de RDP –África, una Estación Radiofónica portuguesa que emite para África lusófona. La actividad literaria, sin embargo, no cesa. Publica, de forma regular, prosas y poemas en sites culturales portugueses y brasileros. En el 2004 le es atribuida la Beca de Creación Literaria por el Centro Nacional de la Cultura, de Portugal, lo que le proporciona una investigación de varios meses junto a la comunidad de los “Rabelados”, en Ilha de Santiago, Cabo Verde. En el 2008 publica Admirável Diamante Bruto y Outros Contos (Livro do Dia), es la primera aventura del autor en los cuentos, después de la colaboración con los diarios literarios brasileros Bagatelas y Rascunho.


Waldir Araújo (Guiné-Bissau, 1971). Aos 14 anos viaja, pela primeira vez, para Portugal. Na bagagem leva o prémio obtido no concurso literário do Centro Cultural Português, em Bissau. É em Lisboa que prossegue os estudos secundários e académicos, frequenta o curso de Direito, e alimenta a paixão pelas palavras. Jornalista desde 1996, passa pela imprensa escrita, pertencendo aos quadros da revista Valor e colaborando com vários jornais e revistas. Desde 2001 que integra a redacção da RDP – África, uma Estação Radiofónica portuguesa que emite para África lusófona. A atividade literária, porém, não cessa. Publica, de forma regular, prosas e poemas em sites culturais portugueses e brasileiros. Em 2004 é-lhe atribuída a Bolsa de Criação Literária pelo Centro Nacional da Cultura, de Portugal, o que lhe proporciona uma investigação de vários meses junto da comunidade dos “Rabelados”, na Ilha de Santiago, Cabo Verde. Em 2008 publica Admirável Diamante Bruto e Outros Contos (Livro do Dia), é a primeira aventura do autor nos contos, depois da colaboração com os jornais literários brasileiros “Bagatelas” e “Rascunho”.

  
IMPAR


Certezas son anclas de un fuerte querer
razones que me llevan a no seguir por ahí
a seguir distante de todo, ¡cerca de mí!





PODER

poder es no dudar y partir
enfrentar los caminos de la indiferencia
que dibujan los desaliñados y ¡ser!






¡SER!

ser así y de aquí distante
estar aquí sin unanimidad
¡ser singular para no rimar!






¡QUERER!

querer lo imposible realizar
abrazar lo diferente sin miedo
en la presencia entre iguales, ¡ser impar!
África 
Son muchas las dudas que surgen
Al intentar develar tu misterio
Toda la suerte, toda la solución urgen
Pero no llegan al hemisferio Sur

Son muchas razones de tal destino
Pero ninguna capaz de justificar
Toda esta miseria, dolor y desatino
Que muchos insisten en mistificar

Son muchas las voces que claman
Gritos de dolor y angustia silenciados
Desesperos que en tu pecho inflaman
Esperanzas en ritmos acompasados

Son muchas y profundas las dudas
Diversas y vagas las disertaciones
Sobre un futuro vago en certezas
Que arrancan de las almas las ilusiones

Son muchas las riquezas que escondes
En el fondo de tu misteriosa alma
Codicia de reyes, Nobles y Condes
Pero tu gran dolor nadie calma

Son muchas las familias de tu Hogar
Lejos de tu ansiado confort
Contrariados por abandonarte
¡En busca de un extraño puerto!

  






ÍMPAR

Certezas são âncoras de um forte querer
razões que me levam a não seguir por aí
a seguir distante de tudo, perto de mim!





PODER!

poder é não hesitar e partir
enfrentar os trilhos da indiferença
que rotulam os desalinhados e ser!





SER!

ser assim e daqui distante
estar aqui sem unanimidade
ser singular para não rimar!





QUERER!

querer o impossível a realizar
abraçar o diferente sem medo
na presença entre iguais, ser ímpar!






África

São muitas as dúvidas que surgem
Ao tentar desvender o teu mistério
Toda a sorte, toda a solução urgem
Mas não chegam ao Sul hemisfério

São muitas as razões de tal destino
Mas nenhum capaz de justificar
Toda esta miséria, dor e desatino
Que muitos insistem em mistificar

São muitas as vozes que clamam
Gritos de dor e angústia silenciados
Desesperos que no teu peito inflamam
Esperanças em ritmos cadenciados

São muitas e profundas as incertezas
Diversas e vagas as dissertações
Sobre um futuro vago em certezas
Que arrancam das almas as ilusões

São muitas as riquezas que escondes
No fundo desta tua misteriosa alma
Cobiça de Reis, Nobres e Condes
Mas a tua grande dor ninguém acalma

São muitas as famílias do teu Lar
Longe desse teu almejado conforto
Contrariados por assim te abandonar
À busca de um estranho bom porto!

TRADUCCIÓN AL CASTELLANO POR GLADYS MENDÍA





Raiar

Desabrochei nas vésperas do cântico da liberdade
Cresci pueril emaranhado nos ecos de uma epopeia
Acreditando por ser acreditar a grande verdade
Entoei os cânticos de louvor à morte da centopeia

O tempo emprestou-me a tenacidade da dúvida
E do tempo, aliado me fiz e da dúvida a espada
Segui os rastos da vontade de entender tal vida
A realidade vislumbrou-me uma dureza pasmada

Questionei os dogmas para saber mais além
Cruzei saberes e dissabores na alma atormentada
E do além ainda distante, do saber muito aquém...
Exorcizei com versos a tormenta alimentada

No presente, nada mais é do que o não adquirido
Nada mais se disfarça para dúvidas semear
No presente, não mais vago é o caminho escolhido
Ladeando a realidade sim, com o sonho no limiar






Despertar

Ergui a taça do vinho e num só gole
Traguei a essência das palavras, engoli
Gota-a-gota as frases deslizaram-se adentro
Sereno, repudiei as faces carentes de alento

Ergui a voz e soltei as frases dilacerantes
As palavras que ansiavam, escutaram, inertes.
Os gestos imobilizaram-se, olhares húmidos!
Do verbo, deslizei-me então nos gerúndios:

Querendo, lutando, acreditando, negando
Provoquei, invocando o medo sonegado
Dos murmúrios pedi barulho, agitação
Dos olhares vagos se projectaram acção

Ergui o olhar e vislumbrei um céu nubloso
O prenúncio de uma noite no fundo do poço
Invoquei as divindades num parco discurso
E fez-se luz! Escolhemos outro percurso!






Iniciação do Ser

Rasga os pergaminhos
Rompe com os mesquinhos
Inverte esta desordem
Cães ruidosos não mordem

Vento, sopra de avesso
Sem poeira nem arremesso
Todo esse querer é livre
Livre, com garras de tigre

Entoa o tal cântico
Que desafia o mítico
Atravessa o deserto
Vai, destino incerto

Revoluciona o tal verbo
Da palavra, torna-te servo
Do horizonte, fita o futuro
Por fim, salta do muro!






Murmúrios

Dizem que são murmúrios os ecos
que chegam do fundo deste mar
São palavras soltas aos ventos
frases melódicas para somar

Murmúrios que escondem feitiços
segredos e estórias por desmontar
São lamentos de cores mestiços
São sombras desenhadas ao luar

No fundo deste mar o silêncio fala
grita e clama como a força das marés
Não longe essa voz alguém embala
Não longe os ecos se escutam no convês

No fundo deste mar há tormentos
Há vontade de um silêncio romper
Querer e vontade não são lamentos
No fundo, este mar esconde um poder!





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