Vera Duarte
Vera Duarte (Vera Valentina Benrós de Melo Duarte Lobo de Pina) nació en Mindelo, São Vicente, CABO VERDE. És Jueza de Apelación. Hasta marzo de 2010 fue Ministra de Educación y Enseñanza Superior. Ha sido también Presidenta de la Comisión Nacional para los Derechos Humanos y la Ciudadanía, Consejera del Presidente de la República y miembro del Tribunal Supremo de Justicia. Como poeta se estrenó en el mundo editorial con la obra poética Amanhã A Madrugada (1985), a la cual le siguieron O Arquipélago da Paixão (2001), premio Tchicaya U Tam’si de poesía africana, Preces e Súplicas ou os Cânticos da Desesperança (2005). Ha colaborado en periódicos, revistas y obras colectivas nacionales e internacionales. De éstas cabe destacar Across the Atlantic: An Anthology of Cape Verdean Literature (1988), Cabo Verde, Mirabilis de Veias ao Sol (1998), Antologia da poesia feminina dos PALOP (1998), Na Liberdade (2004), Destino de Bai (2008) y Portuguesia Contraantologia (2009).
VD
El poema primordial
A Amílcar Cabral
En el principio sólo había flores deshojadas
soles ardientes reverberando en planicies secas
y niños desnudos y hambrientos en barrios sucios y pobres
entonces
tu voz
hecha de las voces
de todas las voces
resonó
desde mi querido Paul
a la bella Nova Sintra
cruzando el cielo de las islas
circuló por África
por las tierras verdes de Guinea
por las tierras secas de Sudán
y se hizo oír en Europa
se hizo oír en las Américas
se hizo oír por el mundo
De tu gesto sencillo
De tu mirada solidaria
De la cálida encajada de tu mano
Brotó la sangre redentora
Del poema primordial
Con el que construimos el futuro
Y porque amo
tu gesto y tu gesta
te ofrezco en esta canción
el son de esta nación
que no dejaste aprisionar
en su destino colonial
Tan sólo un poema
A René Depestre
En attendant
Podremos
Yo, tú y todos los otros
Escribir poemas
Al viento que pasa
A los amores de la calle 11
Y alléluias a une femme-jardin
Nos sentaremos
En la rueda de los poetas
También Arthur, Sofía
Rosa, nuestro Corsino
Tchicaya, Senghor y Césaire
Nos sentaremos todos
En una insurrección de palabras
Generadora y fecundante
De un tiempo nuevo y redimido
Y conjuraremos juntos
Las desgracias del
Tiempo que pasa
Gloriosamente rechazando
La suerte
La muerte
Y todos los sacrilegios
[Traducción: Joan Navarro
O poema primordial
A Amílcar Cabral
No principio só havia flores despetaladas
sóis ardentes reverberando em achadas secas
e crianças nuas e famintas em bairros sujos e pobres
então
a tua voz
feita das vozes
de todas as vozes
ecoou
do meu Paul querido
a Nova Sintra bela
cruzando o céu das ilhas
circulou por África
pelas terras verdes da Guiné
pelas terras secas do Sudão
e fez-se ouvir na Europa
fez-se ouvir nas Américas
fez-se ouvir pelo mundo
Do teu gesto singelo
Do teu olhar solidário
Do aperto caloroso da tua mão
Brotou o sangue redentor
Do poema primordial
Com que contruímos o futuro
E porque amo
o teu gesto e a tua gesta
ofereço-te nesta canção
o som desta nação
que não deixaste aprisionar
no seu destino colonial
Poema somente
A René Depestre
En attendant
Poderemos
Eu, tu e todos os outros
Escrever poemas
Au vento que pasa
Aos amores da rua 11
E allelúias a une femme-jardin
Sentar-nos-emos
Na roda dos poetas
Mais o Arthur, a Sofía
O Rosa, o nosso Corsino
Tchicaya, Senghor e Césaire
Sentar-nos-emos todos
Numa insurreição de palabras
Geradora e fecundante
De um tempo novo e redimido
E esconjuraremos juntos
As desgraças do
Tempo que passa
Gloriosamente recusando
A sorte
A morte
E todos os sacrilegios
De Preces e Súplicas ou os Cânticos da Desesperança
Vera Duarte (Vera Valentina Benrós de Melo Duarte Lobo de Pina) nasceu em Mindelo, S. Vicente. É Juíza Desembargadora. Exerceu até Março de 2010 as funções de Ministra da Educação e Ensino Superior, foi Presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania, Conselheira do Presidente da República e Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça. Como poeta, estreou-se na publicação com a obra poética Amanha Amadrugada (1993), a que se seguiram O Arquipélago da Paixão (2001), Preces e Súplicas ou os Cânticos da Desesperança (2005). Tem também variada colaboração em prosa e poesia em jornais, revistas e obras colectivas nacionais e internacionais. Destas cabe destacar entre outras: Across the Atlantic: An Anthology of Cape Verdean Literature (1988), Mirabilis de Veias ao Sol (1998), Antologia da poesia feminina dos PALOP (1998), Na Liberdade (2004), Destino de Bai (2008) e Portuguesia Contraantologia (2009).
MÁS EN LA WEB:
http://seriealfa.com/alfa/alfa49/
No hay comentarios:
Publicar un comentario