VALENTINOUS VELHINHO
Valentinous Velhinho, Valdemar Valentino Velhinho Rodrigues nació el 29 de Mayo de 1961, en Calheta de São Miguel, Santiago, CABO VERDE. Comenzó a escribir siendo alumno del Seminario São José, en Praia. Colabora en varios periódicos y revistas, como Sopinha de Alfabeto, Fragmentos, Artiletra y VP Caderno2. Editor desde hace quince años del periódico-revista de educación, ciencia y cultura Artiletra. Ha publicado los libros Relâmpagos em Terra (1995), Adeus Loucura, Adeus (1997), O Túmulo da Fénix (2003), Tenho o infinito trancado em casa (2008) y Noites ao cair da noite (2011).
VV
Y sólo en ese día no serás otro Borges
En tus deslumbrados ojos un tigre completamente dorado
y otro completamente oscuro se disputan los ángeles
de Blake. Fríos, esperan los espejos que despiertes
para llamarte. Ya no sabe el laberinto –
ni el sur ni las pampas o el degollado templo
de Dagón lo saben – del antiguo y secreto camino
que a tus ojos de vuelta conduce. La mano te dicta
el epitafio y te lee la rosa u olvido que aún brilla.
El ataúd, que por Ginebra nadie vio pasar, crudo
lo llevan Muraña y, reconciliados, los hermanos Iberra.
Un día, cuando despiertes de tu sueño, Georgie,
bañado en éxtasis y tango, tendrás frente a ti, bajo la Luna,
un infame, un vil, que te limpiará el resto de semen del glande
con una navaja que a ninguna otra mano obedecerá.
Máscaras
De que fingimos
no se dan cuenta
las Máscaras.
Para cosas mayores
fueron hechas.
Libertad
¿Por qué hemos de soltar
el último suspiro?
¿Por qué no tiene el último suspiro
suficiente libertad de soltarse?
Marina Tsvatáieva también aquí de este cabo
El hombre libre – es lo que el hombre revolucionario no
sabe – tendrá que liberar no la tierra pero sí el universo.
[Traducción: Joan Navarro
E só nesse dia outro Borges não serás
Nos teus deslumbrados olhos um tigre inteiramente doirado
E um outro inteiramente preto disputam os anjos
De Blake. Frios, esperam os espelhos que acordes
Para que te nomeiem. Já não sabe o labirinto –
Nem o sul e as pampas ou o degolado templo
De Dagon o sabem – do antigo e secreto caminho
Que a teus olhos de volta conduz. A mão dita-te
O epitáfio e lê-te a rosa o esquecimento qu’inda luz.
O caixão, que por Genebra ninguém viu passar, cru
Levam-no Muraña e, reconciliados, os irmãos Iberra.
Um dia, quando do teu sono acordares, Georgie,
Banhado em êxtase e tango, terás defronte a ti, sob a Lua,
Um infame, um vil, a limpar-te na glande o resto do sémen
Com uma navalha que a mais nenhuma mão obedecerá.
Máscaras
De que fingimos
Não se dão conta
As Máscaras.
Para coisas maiores
Foram feitas.
Liberdade
Por que teremos de soltar
O último sopro?
Por que não tem o último sopro
Liberdade bastante de se soltar?
Marina Tsvetáieva também aquí deste cabo
O homem livre – é o que o homem revolucionário não
Sabe – terá de libertar não a terra mas sim o universo.
de Tenho o infinito trancado em casa
MÁS EN LA WEB:
http://seriealfa.com/alfa/alfa49/
Valentinous Velhinho, nome literário de Valdemar Valentino Velhinho Rodrigues, nasceu em 29/05/1961 na Calheta de S. Miguel, Ilha de Santiago. Participou nos anos 1980 da Sopinha do Alfabeto, colaborou em revistas como Fragmentos e Artiletra, e seus poemas constam na antologia Mirabilis – de veias ao sol. Publicou os livros Relâmpagos em Terra (1995), Adeus Loucura, Adeus (1997), No Ponto de Rebuçados (2001), O Túmulo da Fénix (2003) e Tenho o Infinito Trancado em Casa.
Sua poesia “surpreende pelo tom incisivo, provocador, visceral, insólito, assim como pelas passagens que denotam um caráter mórbido, sepulcral, por vezes escatológico, a remeter ao poeta brasileiro Augusto dos Anjos (...). Trata-se de uma poesia superior explicitada pelo cunho universal, pelas questões metafísicas e existenciais, pela obsessiva temática da loucura, da morte e do suicídio, na contínua referência aos textos bíblicos e na interminável procura para decifrar o desconhecido. (...) Entretanto, o maior mérito de “Tenho o Infinito Trancado em Casa” está na exímia recriação dos haikais. Ao se afastar do cânone ocidental, o poeta encontra na concisão extraordinários e insólitos resultados.”
(Ricardo Riso. Resenha do livro “Tenho o Infinito Trancado em Casa” a ser publicada edição do dia 15/04/2010 do jornal A Nação)
POEMA A ANGELUS SILESIUS E A DEUS
I
Começa o místico por desprezar primeiro os bens
Do mundo. O poeta por desprezar o mundo começa. (p. 7)
XXIV
O Esquecimento é isto tudo e a vida. Aquilo a que portanto
O Esquecimento Esquecimento chama será o quê? (p. 11)
TENHO O INFINITO TRANCADO EM CASA
L
Deus ao homem deu
O desobediente Éden
E à serpente a obediente pátria. (p. 131)
CLXXXVIII
Inda mais cíclico do que tudo
É o que sem inda
Ter vindo está por vir. (p. 159)
LII
Meu Deus, o que no interior
De ventre de mulher
Aprenderia o labirinto? (p. 132)
CV
Vitória mais sofrida
Do que a do suicida
Não há. (p. 142)
CXVI
É fértil a seca na terra
Onde caiu a chuva
E nunca mais se levantou. (p. 145)
CLV
É a um Deus
Que o abandona
Que Cristo o espírito entrega? (p. 152)
(VELHINHO, Valentinous. Tenho o Infi-nito Trancado em Casa. Praia: Artiletra, 2008)
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