ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO
Afonso Henriques de Guimarães Filho, conocido literariamente como Alphonsus de Guimaraens Filho (Mariana 3 de junio de 1918 - Río de Janeiro, 28 de agosto de 2008) fue un poeta brasileño, hijo de notar poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens.
Licenciado en Derecho y Ciencias Sociales por la Facultad de Derecho de la Universidad Federal de Minas Gerais, en Belo Horizonte, en 1940. En el mismo año publicó su primer libro de poesía, Lume de Estrelas, por el que recibió el Premio de Literatura de la Fundación Graça Aranha y Premio Olavo Bilac de la Academia Brasileña de Letras. En ese momento, trabajaba en Rádio Inconfidência, servicio de difusión de la radio estatal.
Libros y Actividades Culturales
1937/1946 - Belo Horizonte MG - Trabalho na Rádio Inconfidência (Serviço de Rádio-Difusão do Estado)
1940 - Belo Horizonte MG - Publicação de Lume de Estrelas, primeiro livro de poesia
1941 - Belo Horizonte MG - Reingressa no jornalismo no jornal católico O Diário
1955/1974 - Organizador de antologias de poetas como Antologia da Poesia Mineira - Fase Modernista, Antero de Quental, Alphonsus de Guimaraens, Augusto Frederico Schmidt e Gonçalves Dias
Homenajes, Títulos y Premios
1941 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio de Literatura da Fundação Graça Aranha e Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras, pelo livro Lume de Estrelas
1951 - Prêmio Manuel Bandeira, pelo livro O Irmão, concedido pelo Jornal de Letras
1953 - Belo Horizonte MG - Prêmio de Poesia Cidade de Belo Horizonte, pelo livro O Mito e o Criador, concedido pela Prefeitura
1962 - Mariana MG - Eleito membro da Academia Marianense de Letras
1974 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, pelo livro Absurda Fábula, concedido pelo Pen Clube do Brasil
1976 - Rio de Janeiro RJ - Decreto denominando Lume de Estrelas uma rua no bairro do Méier
1985 - São Paulo SP - Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro Nó, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Muerte
El poeta Afonso Henriques de Guimarães Filho, murió en 2008 de una neumonía y complicaciones relacionadas con la enfermedad de Parkinson en Río de Janeiro.
TEXTOS EN ESPAÑOL
ALPHONSUS DE GUIMARÃES FILHO
FIGUEIRA, Gaston. Poesía brasileña contemporânea (1920-1946) Crítica y antologia. Montevideo: Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, 1947. 142 p. 18x23 cm. Col. A.M.
Hijo del poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens — cuyos libros hermanaban la suntuosidad verbal y el fervor litúrgico— este poeta es el más interesante de la actual generación de Minas Geraes, donde nació y reside, y uno de loS mejores del Brasil.
Su libro "Lume de estrelas", editado en Belo Horizonte en 1940, por "Men-
sagem" —boletín de noble orientación literaria, a que el propio poeta pertenecía — se caracteriza por la hondura emocional, la limpidez de expresión, el sentido transfigurador de sus visiones. Un celeste hálito místico envuelve esas estrofas, generalmente de versos libres, cuya música va de la aria íntima y balbuceante, a la fuerte y desmelenadla sonata.
La imagen de la vida es, en el lirismo de este brasileño, bastante melancó-
lica, con tintes pesimistas. Hay como un constante anhelo de la patria angélica, una tenaz sed de evasión, unida a un noble sentido de fraternidad humana.
"Lume de estrélas" apareció en edición limitada. En 1946, una de las prin-
cipales editoriales brasileñas publicó "Poesías", en que el lirismo de este autor llega a su amplitud.
Corresponde agregar que Nazareno, hermano de Alphonsus, es también poeta.
SIMPLE SORDINA
Tal vez —muerta la vida— yo me deshaga en astros,
como sombra en el sol, como luz en la bruma.
Y blanco iré a soñar sobre la tierra herida
o a encender en el mar los faroles perdidos.
Muerta la vida dentro del pecho, mansamente
iré, como ave leve, a flotar en la espuma.
Y oyendo en el camino saudade de campanas,
en mis restos tal vez este insomnio palpite
y el deseo de estar en distante camino...
Muerta la vida, ya entre cruces caído,
yo he de ser el luar que dolerá en tus ojos
cuando en tu pecho, de repente, por la noche,
despierte mi saudade evocando la muerte.
Junta rosas, tal vez. Mas no huyas del comino.
Queda así, que del campo otros vientos vendrán
nuevamente a agitar tu veste en el camino.
Junta rosas, tal vez. Pero no te recuerdes
que para amar no tienes más mi cuerpo sin vida,
ni vida tienes más en mis labios sin sangre.
Que te sea mi muerte, en la mañana
de esta senda, un constante recuerdo de la vida.
MIS MANOS ESTÁN FRÍAS
Mansa noche, mis manos están frías como aves
que el invierno apresó en montañas nubladas.
Tanta ¡paz debe haber en la distancia estrellada!
Tu cariño fugaz como las mañanas niñas,
tu sonrisa fugaz como caricias de viento,
me besan el alma, me curvan al suelo.
¿De qué estrella me viene esta paz, mansa noche,
de qué estrella me viene?
Curvado estoy y a lo lejos lloran las campanas.
Y estas campanas clamando por la paz de las estrellas,
y estas cam|panas llorando en tu seno de bruma,
llevan mi alma muy lejos,
mi Dios, muy lejos...
Mansa noche, mis manos están frías y muertas.
Sumerjo mi dolor en tu llanto de bruma...
¿De qué estrella me viene esta nostalgia fría,
de qué estrella míe viene esta mansa sonrisa,
de qué estrella me viene?
DOS POEMAS
Não de vento os formei, mas do meu barro.
Não lhes dei sentimento, mas meu sangue.
Acolhe-os, pois, ainda que sejam turvo
rio a cruzar as terras que erigiste
no teu sonho maior, mesmo que sejam
somente um vago eco, um arfar penoso
de barro, solidão, de cinza e sangue.
PAUSA
Uma estrela, tão bela! E a margarida
na cerca eflorescente, e os jardins,
e o segredo do início, e a dor dos fins,
e a vida, e a vida, sobretudo a vida ...
E a vertigem do som, despenhadeiro
onde aladas manhãs mal se projetam
e as vagas tardes espraiam-se e inquietam
a alma, e vem de tudo um espinheiro
e ao mesmo tempo a paz indefinível
que cai sobre o silêncio do ser triste
e o que acaso existe ou não existe
como um ardor de brasa inconsumível,
e a esperança mais alta e de tal sorte
perseguida, e o sol cálido e a luz serena
da noite, e a estranha paz que longe acena ...
— Pousa, por sobre tudo, a asa da morte.
POEMA SONHADO
Se não for pela poesia, como crer na eternidade?
Os ossos da noite doem nos mortos.
A chuva molha cidades que não existem.
O silêncio punge em cada ser acordado pelos cães invisíveis [do assombro.
Os ossos da noite doem nos vivos.
A escuridão lateja como um seio.
E uma voz (de onde vem?) repete incessante, incessantemente:
Se não for pela poesia, como crer na eternidade?
MOMENTO
Minha amada tão longe! Com franqueza:
eu penso sempre em me mudar daqui.
Pôr na sacola o pão que está na mesa,
sair vagabundando por aí.
A luz do quarto ficará acesa.
(Foi neste quarto que eu me conheci...)
Deixarei um bilhete sobre a mesa,
Dizendo a minha mãe por que parti.
Ah! ir cantando pelo mundo afora
como um boêmio amigo das cantigas,
alma febril que a música alivia!
Se perguntarem, digam: "Ainda agora
saiu buscando terras mais amigas,
mas é possível que ele volte um dia. "
NA MESA
Sobre a toalha, o pão,
o bule, as xícaras, o café,
confabulam. Que dizem
no seu silêncio de coisas
tocadas de esperança,
da latente esperança
da manhã? Dir-se-ia
que se sentem ligados
à vida - ou que na vida
se irmanam, se confundem,
pousados sobre a mesa
como em seu próprio mundo,
pousados no silêncio
como se tudo fosse,
para eles, a dádiva
fascinante, translúcida.
A um canto, solitária,
uma faca os espia.
ALADOS
Vamos todos morrer alados
como esses loucos voltados
para seu próprio segredo.
Vamos morrer (não de medo)
entre módulos, estreitas
naves de asas suspeitas,
acoplagens, sinais raros
de outros mundos, anteparos
contra nossa própria e triste
solidão que nem existe.
Que nem existimos: sós
embora, amargos, nós
vemos fugir nossos passos,
nossas vozes, nossos traços,
e sucumbimos aos poucos
como bichos'vãos e ocos
num pouso instável pousados.
Vamos todos morrer. Alados.
SONETO
A uma réstia de sonho chamam vida.
A uma sombra maior chamam-lhe morte.
Vida e morte, não mais, pouso e suporte,
sopro de permanência e despedida.
Uma treva febril noite é chamada.
A uma luz mais febril chamam-lhe dia.
E entre elas se põe a estrela fria
que irrompe como flor da madrugada.
Paira em tudo um silêncio que anoitece,
que amanhece, e que vence todo ruído,
e como sol não visto num perdido
horizonte se esfaz e se retece.
Tudo é longe demais, por demais perto.
E a alma, que faz neste feroz deserto?
GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de. Poemas da ante-hora. s.l.: 1971. 64 p. 14x20,5 cm. Planejamento gráfico: Eduardo de Palma. Capa: Luiz Alphonsus. Col. A.M. (EA)
EU SÓ PERGUNTO
Vem de que latitude?
Que gestos tem? Que roupas
agita no seu corpo desconforme?
Que anéis brilham em seus dedos incompletos?
Que riso
frisa-lhe a boca alucinada? Vem
de que cidade
oculta além do vale? Quem por ela
terá chamado?
Que voz é essa que nem mais se entende?
Será ela que chega?
Será a que não tem pés, a que resolve
a escuridão, e ausculta
o segredo das plantas e de alguma
delas extrai esse cruel narcótico
que a todos nós nos cega e paralisa?
Ah, não me digam nada. Eu só pergunto.
Eu só pergunto porque me sufoco.
Mas não quero saber.
DE TANTOS
De tantos gestos, de tantos
sonhos decepados, beijos
que de amor nem foram, gula
ou aflição, de tantos reais
gritos nunca formulados,
mãos unidas mas na sombra
cruel e fria, de tanta
aspereza e desencontro,
de tanto equívoco e morte
em meio à ilusória e eterna
claridade de outro sol,
que voz é essa? que vago
estremecer de um silêncio
além de nós e de tudo,
além da vida? que febre
nos precipita num vale
onde alguém que nunca vemos
nos indica outro roteiro
que, embora cegos, podemos
distinguir na cerração.
Extraído de:
2011 CALENDÁRIO poetas antologia
Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
Editor: Edson Guedes de Morais
/ Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal.
GUIMARÃES FILHO, Alphonsus de. A cidade do sul. Poesia. Belo Horizonte: Monvimento Editorial Panorama, 1948. 10 p. (Coleção Maríla de de Dirceu, 1) 14x18,5 cm. “Desta edição foram tirados 25 exemplares em papel de luxo, numerados e rubricados pelo autor.” Col. A.M. (EA)
DO AZUL, NUM SONETO
Verificar o azul nem sempre é puro.
Melhor será revê-lo entre as ramadas
E os altos frutos de um pomar escuro
— Azul de ténues bocas desoladas.
Melhor será sonhá-lo em madrugadas,
Claro, inconstante azul sempre imaturo,
Azul de claridades sufocadas
Latejando nas pedras — nascituro.
Não este azul, mas outro e dolorido,
Evanescente azul que na orvalhada
Ficou, pétala ingénua, torturada.
Recupero-o, sem ver, e ei-lo perdido,
Azul de voz, de sombra envenenada,
Que em nós se esvai sem nunca ter vivido.
SONETO À SOLIDÃO
Sonho da solidão, porque te temo?
Impassível me és. Desacordado
Sempre serás, perdido nesse extremo
Onde um navio paira, sossobrado...
Fascinas e destróis, mas não te entregas
Ao que te busca em pranto; nem lhe acendes
Os teus fachos sangrentos de duendes
Mal crepitando nas pupilas cegas!
Asas, se as há, em vento se esvaíram,
Em névoa, sobre o grande isolamento...
Somente, imaterial, fluido, gasoso,
Nos aposentos que se derruíram,
Entrecerrado, resta esse aposento...
Sombrio, inatingido, suspiroso.
GUIMARÃES FILHO, Alphonsus de. Poesias. Sonetos da ausência. Nostalgia dos anjos. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1946. 171 p. (Coleção Autores Brasileiros, volume 22) 14x20 cm. Inclui, em fac-simile, um soneto À Alphonsus de Guimarães Filho” de Manuel Bandeira, manuscrito. Col. A.M.
SONETOS DA AUSÊNCIA
XIII
Foram primeiro os dedos. No macio
Entardecer. Brincavam, prisioneiros,
Os ventos loucos sobre o eterno rio.
Flores seguiam o sonho dos veleiros.
Sobre os cabelos, risos. Conheci-o,
(Mal vira) o afago. Mais aventureiros,
Dedos de fogo me causavam frio
— As madrugadas rindo nos braseiros.
A paisagem... sim, a paisagem,
Vista do alpendre, numa tarde ausente...
E o claro vento — doce mano andejo.
Era a emoção, talvez, de uma viagem
Sempre distante e sempre mais presente.
Acaso enlouquecida de desejo.
NOSTALGIA DOS ANJOS
País da sombra
Vem do olhar do morto,
Vem do olhar cerrado,
Vem da face extinta
Sob a noite grave,
O gemido suave,
Desumanízado.
Ah! é a melodia
Dos momentos frios,
Dos momentos velhos,
Desaparecidos.
Risos esquecidos,
Casarões vazios.
Vem do corpo em sombra
Uma saudade mansa.
Voz de outros desterros
Para além de nós.
Gritos de crianças
E as lembranças doídas
Para além de nós.
Canta, esquece, sonha.
Já nem tenho voz.
Ó pais da sombra,
Tremes tão distante,
Tão dentro de nós!
Vem o teu gemido
Das janelas curvas,
Das vielas ermas,
Das canções, da paz.
ó país da sombra,
Onde viverás?
GUIMARÃES FILHO, Alphonsus de. Poemas reunidos 1935-1960. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra, 1960. 365 p. 14x21 cm. “Inclui os livros publicados pelo autor (todos com uma única edição), obedecida a ordem cronológica: Lume de Estrelas — Sonetos da Ausência — Nostalgia dos Anjos — O Irmão — O Mito e o Criador — Sonetos com Dedicatória, e mais cinco até agora inéditos: O Unigênito – Elegia de Guarapari — Um Rosa sobre o Mármore — Cemitério de Pescadores — - Aqui. O autor suprimiu poemas e introduziu modificações que lhe pareceram necessárias, notadamente nos seus primeiros livros.”
O LEVE VENTO ME LEVE...
O leve vento me leve
para as praias de além-mar.
O leve vento me leve...
Quero um sopro de inocência
para em luzes me banhar.
Onde estaria a saudade
que afaga os caminhos mortos
e treme na luz das velas
nos velórios de além-mar?
Quero fugir da loucura
que prende os corpos no mar.
Em tudo que me esperava
jamais pureza encontrei,
Fui gemido, tédio, noite,
fui vagabundo e fui rei.
E me buscando no mundo
no mundo não me encontrei.
Que o leve vento me leve
para as praias de além-mar.
Que o leve vento me leve,
me deite em praias macias,
me dê as bocas macias
das namoradas do mar.
Quero um sopro de inocência
para em luzes me banhar.
Na estrada do Acaba-Mundo,
somente a estrela polar.
Vi a morte: fui ao fundo.
Na estrada do Acaba-Mundo,
nenhum mar.
Nenhum mar? Nenhum deserto.
Nenhum sopro, nem luar.
Longe, os anjos. Muito perto
o mundo, a meus pés aberto.
Nenhum mar.
Volta e meia a estrela ria.
De mim? De ti? Do luar?
O luar não existia.
Eu morrera. E a noite fria...
Somente a estrela polar.
GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de. O Tecelão do assombro. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000. 45 p. 14X21 cm. “ Alphonsus de Guimarães Filho “ Ex. bibl. Antonio Miranda
POEMA DE UM SER ATÔNITO
Se com mil torpezas
é que me ferisses,
se com punhaladas
fundo me atingisses,
se com verbo duro
mais me desgastasses,
e com risos, mofas,
me dilacerasses,
se me destruísses
noutras asperezas
que vincam a alma
mais que a exausta carne,
se a abusões medonhas
tu me destinasses,
se vinda de ardis
torvos e nojentos,
me estilhaçasses,
me despedaçasses,
todo me cuspisses,
todo me humilhasses,
eu, o cego e o amargo,
eu, o estranho e aflito,
que já fez da vida
um único grito,
que já fez de quanto
doado lhe foi treva,
a mais rude treva
de que sorririas,
eu te perguntara,
e nem saberias:
se me sufocasses,
se me alucinasses,
para que milagre
me despertarias?
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/alphonsus_de_quimarens_filho.html
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