martes, 24 de noviembre de 2015

JOÃO VASCO COELHO [17.609] Poeta de Portugal


JOÃO VASCO COELHO

João Vasco Coelho nasceu nos idos de 1979, em Coimbra, Portugal cidade onde vive no presente.

Autor de Na ordem do dia (Artefacto, 2013).



LAS COSAS NOS SON SIEMPRE CÓMO 

ESPERÁBAMOS QUE FUERAN


Por la mañana temprano,
las mujeres llevan seguras
un primer sudor debajo de los brazos.
Toman asiento, con la mano erguida,
pendiente de la luz parcial,
recuerdan la última primavera.

Sus cuerpos, en el autobús,
parecidos a figurines
bazos contraídos, sugieren
un sentido de necesidad,
una voluntad inclinada de confidencias.

Los hijos leen con el dedo,
preguntando, exigentes de cuidados difíciles,
a qué hora llega papá.
Algunas mujeres responden,
suavemente –son las madres.
Otras hacen confidencias
su suerte, ajena a un fértil
río corriente: sí, María, es lo que te dije,
ya he enviado currículuns.

Na ordem do dia (artefatos, 2013)
Traducción: M.V.G/ M.M



AS COISAS NÃO SÃO SEMPRE COMO 
ESPERÁVAMOS QUE FOSSEM 

De manhã cedo,
as mulheres levam seguras
um primeiro suor debaixo dos braços.
Tomam assento, de mão erguida,
pendente à luz parcial,
lembram a última primavera.

Os seus corpos, no autocarro,
semelhantes a figurinos
baços contraídos, sugerem
um sentido de necessidade,
uma vontade inclinada de confidências.

Os filhos lêem com o dedo,
perguntando, exigentes de cuidados difíceis,
a que horas chega o pai.
Algumas mulheres respondem,
suavemente – são as mães.
Outras, confidenciam
a sua sorte, alheia a um fértil
rio corrente: sim, maria, é como te disse,
tenho enviado currículos.

Na ordem do dia (artefatos, 2013)



UNA TIERRA PROPIA LABRADA EN EL ACTA

En el alma
tengo enfermedades delicadas

unas del aire del tiempo
otras simplemente difíciles

diferentes formas de espanto
y la vergüenza de gente como un peso.

Na ordem do dia (artefatos, 2013)
Trad. Montserrat Villar González



UMA TERRA PRÓPRIA LAVRADA EM ACTA 

Na alma
tenho doenças delicadas

umas do ar do tempo
outras apenas difíceis

diferentes formas de espanto
e a vergonha de gente como um peso.

Na ordem do dia (artefatos, 2013)




NINGUÉM ENTRE-NÓS 

Naquele mês

anoitecia muito
sempre que dizia adeus até já

devia ser a profundeza de ir
que só o amor concede.

Na ordem do dia (artefatos, 2013)






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